Neste domingo (6 de abril), os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começaram a se reunir ao final da manhã na Avenida Paulista, em São Paulo, para uma manifestação a favor da anistia dos presos e envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. O ato está programado para iniciar às 14h.

A concentração ocorre no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua Peixoto Gomide, em frente ao MASP, onde dois trios elétricos foram contratados para animar o evento – com financiamento do pastor evangélico Silas Malafaia, um dos aliados mais próximos de Bolsonaro.

Os manifestantes, vestidos em verde e amarelo, exibem também elementos de caráter militar, além de fantasias que variam de referências à cultura pop a caricaturas políticas. Cartazes com elogios a Elon Musk, que tem um histórico de conflitos com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, são comuns entre os presentes, sendo Moraes um dos alvos frequentes das críticas manifestadas.

Alguns participantes seguram batons e até balões em forma de batom, uma referência a Dêbora Rodrigues dos Santos, que foi presa por pichar uma estátua em protesto. O caso dela tem sido usado por Bolsonaristas para defender a ideia de anistia e perdão.

O projeto de anistia, que ainda gera polêmica dentro do governo, está sendo pressionado na Câmara dos Deputados, onde o presidente Hugo Motta resiste a pautar o pedido de urgência. Para avançar, o PL necessita de 257 assinaturas de deputados, tendo até agora 165 confirmadas, segundo o líder do partido, Sostenes Cavalcante.

O ato deste domingo marca a primeira participação de Bolsonaro desde que se tornou réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de tentativa de golpe de Estado. Desde que deixou a Presidência, ele já organizou e participou de quatro atos públicos.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que foi submetida a uma cirurgia e está em recuperação, contará com um esquema de segurança especial para evitar aglomerações e contatos excessivos enquanto comparece ao evento.

Os organizadores esperam atrair cerca de 500 mil pessoas para a manifestação, o que representa uma expectativa otimista, especialmente após o ato de Copacabana, no qual aproximadamente 26 mil apoiadores estiveram presentes. Em outro ato recente, liderado pelo deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), a contagem de pessoas foi controversa, apontando para a volatilidade das mobilizações atuais.

Desde que deixou o cargo, Bolsonaro tem se empenhado fervorosamente em reviver sua base de apoio, enquanto a situação política continua incerta e dividida. O que acontecerá na Paulista pode ser um indicativo dos rumos futuros da resistência bolsonarista no Brasil.