O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está determinado a se candidatar novamente nas eleições presidenciais de 2026 e acredita que o apoio do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), será crucial para sua campanha. Em uma entrevista recente ao Wall Street Journal, Bolsonaro expressou esperança de que Trump tome medidas, como sanções econômicas, contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Trump está de volta, e isso é um sinal claro de que nós também retornaremos", declarou Bolsonaro, que acompanhou as eleições americanas juntamente com seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). "Passei a noite inteira torcendo pelo grandão laranja", comentou em tom de entusiasmo.

Demonstrando seu orgulho pelo alinhamento com Trump, Bolsonaro exibiu um livro que recebeu do ex-presidente americano e adaptou o famoso slogan da campanha republicana: "É hora do MAAGA — Make All Americas Great Again [tornar todas as Américas grandes novamente]". O livro é dedicado a Bolsonaro com a mensagem: "Jair, você é GRANDE".

No entanto, a trajetória política do ex-presidente não está isenta de desafios. Ele foi condenado à inelegibilidade por 8 anos devido a abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, conforme decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ministro Alexandre de Moraes, à época, mencionou que Bolsonaro agiu "mentirosamente" ao alegar a existência de fraudes nas eleições, mas sem apresentar provas concretas.

"Enquanto a Justiça Eleitoral não negar meu registro, ele é válido [ …] Eles podem simplesmente adiar o máximo possível… até a eleição acabar", afirmou Bolsonaro durante a entrevista na sede do PL em Brasília.

Recentemente, Bolsonaro se viu envolvido em novas controvérsias, incluindo um indiciamento pela PF (Polícia Federal) por supostamente fazer parte de um plano para um golpe de Estado. Ele se defende, alegando ser alvo de uma caçada às bruxas promovida por Lula e juízes inclinados à esquerda. "Não querem apenas que eu fique preso, eles querem que eu morra", disse, enquanto mostrava a cicatriz em sua barriga, resultado da facada recebida em 2018 durante sua campanha eleitoral.

Bolsonaro reiterou sua inocência, negando ter cometido qualquer crime contra a Constituição e defendendo que sua intenção ao levantar questões sobre os resultados eleitorais era apenas acalmar os ânimos de apoiadores mais radicais. "Eles me atacaram", comentou sobre a reação de seus seguidores mais fervorosos, que o chamaram de covarde.

A questão que permanece no ar é: até onde irá a influência de Trump na política brasileira? A espera pelo aperto de mãos entre os dois líderes poderá mudar o cenário do Brasil novamente, trazendo à tona discussões sobre os limites da política e a tensão entre oposição e governo.