
'Bombeiro ferido no incêndio que deixou 4 vítimas em abrigo revela: 'Nem senti a queimadura, só queria ajudar'
2025-03-11
Autor: Gabriel
Um ato heroico em meio à tragédia
O cabo Mayque Cristian, um dedicado bombeiro de São José dos Campos, voltará para casa após receber alta do hospital depois de ser ferido em um incêndio devastador que resultou na morte de quatro pessoas e deixou outras nove feridas. O incidente ocorreu na madrugada desta segunda-feira, 10 de outubro, em um abrigo destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade.
Com 15 anos de experiência, Mayque sofreu queimaduras de segundo grau nas pernas durante a operação de combate ao fogo, mas seu desejo de ajudar o próximo sobrepôs a dor. Ele compartilhou sua experiência, dizendo: "Não senti a queimadura naquele momento. Senti um desconforto na perna, mas continuei a combater as chamas. Só percebi a gravidade da queimadura quando chamei meu colega para avaliar".
A operação envolveu 16 bombeiros e oito viaturas, com apoio da Polícia Militar e do SAMU. Apesar do esforço de todos os profissionais envolvidos, quatro vidas foram perdidas tragicamente na calada da noite.
Aterrorizante início do incêndio
A investigação policial revela que o incêndio foi criminoso, iniciado por Leandro Rangel Vilela, um ex-residente do abrigo. Ele foi preso em flagrante e responderá por incêncio criminoso, homicídio e homicídio tentado. O autor do crime teria colocado fogo em um sofá na entrada do abrigo, gerando uma rápida propagação das chamas, colocando em risco a vida de todos que estavam no local na hora do incidente.
Entre as vítimas, estavam dois homens e duas mulheres, todos identificados pela Polícia Civil como Hélio Gonçalves, Márcia Aparecida, Regiane Soares e Moisés Felipe, que tinham idades entre 50 e 61 anos. Após o incêndio, 22 pessoas estavam no abrigo, e 8 delas foram encaminhadas para o hospital, sendo que duas permanecem internadas.
Um depoimento comovente
Andréa Laporta, fundadora do abrigo, expressou sua tristeza ao falar sobre Leandro. Ela afirmou que ele havia recebido ajuda por cerca de dois anos e que estava sob efeito de drogas na hora do crime. "Ajudava, dava alimentação para ele todos os dias. Mas naquele dia, eu precisei negar um prato de comida, e ele acabou se revoltando e cometeu essa tragédia", disse Andréa, lamentando a situação.
A administração do abrigo também se pronunciou, expressando suas condolências às famílias das vítimas e solidariedade aos feridos. O sobressalto e o sofrimento na comunidade local são palpáveis, com muitos questionando como uma situação tão trágica pôde ocorrer em um espaço que deveria ser de acolhimento e proteção.
Uma reflexão necessária
Esse incidente levanta questões sobre a segurança e o acolhimento em instituições para pessoas vulneráveis. A população agora se pergunta: o que pode ser feito para evitar tragédias semelhantes no futuro? Espera-se que, além da responsabilidade penal do autor do crime, haja também um olhar mais atento e reformas necessárias para garantir a segurança nos abrigos e a proteção das pessoas que lá buscam refúgio.