Nação

Boulos critica Nunes e prefeito aponta dedo para o governo: quem realmente falhou durante o apagão?

2024-10-15

Autor: Carolina

Em meio a uma acirrada disputa eleitoral em São Paulo, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) revelou que pressionou órgãos federais para romper o contrato da Enel, concessionária de energia da cidade, que continua provocando transtornos na vida dos paulistanos. "Infelizmente não houve nenhuma ação, e a Enel continua aqui atrapalhando a nossa cidade", lamentou Nunes, ressaltando que a concessão vai até 2028, caso não seja cancelada.

O prefeito também fez um histórico de queixas: em novembro do ano passado, mais de 2,1 milhões de pessoas em São Paulo ficaram sem luz, levando Nunes a solicitar à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) o término da concessão, argumentando descaso com os cidadãos. Recentemente, a Aneel anunciou que está avaliando a possibilidade de intervenção na Enel, mas apenas se forem encontrados indícios de falhas graves na prestação do serviço.

Além disso, Nunes acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar a possível ineficiência da Enel, o que motivou uma apuração que, curiosamente, está paralisada desde maio. Após uma agenda de campanha, Nunes também demandou ao presidente Lula que avalie a possibilidade de ação direta para encerrar o contrato, frisando que essa opção está prevista na legislação. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, mencionou que qualquer ruptura de contrato deve seguir o processo legal.

Em um movimento audacioso, Nunes propôs à Câmara dos Deputados um projeto de lei que daria aos municípios mais autonomia sobre a escolha e fiscalização das concessionárias de energia. Segundo a Prefeitura, essa mudança se faz necessária para que os municípios não fiquem "de mãos atadas" diante de situações de apagão. Contudo, o projeto ainda não avançou no legislativo.

Durante o debate, Boulos (PSOL) não hesitou em apontar falhas na gestão de Nunes ao mencionar as quedas de árvores durante um recente temporal. Ele propôs que, se eleito, as solicitações de poda feitas pela população fossem atendidas em até um mês, ao contrário dos atuais 120 dias. Atualmente, há cerca de 6.000 pedidos de poda ou remoção de árvores em aberto em São Paulo, com Nunes argumentando que a Enel é responsável pela manutenção das árvores que estão próximas aos cabos de energia, o que coloca em risco as equipes da prefeitura.

Então, ao ponderar sobre quem é verdadeiramente responsável pelo que ocorreu, a pergunta permanece: será que a gestão de Nunes tem como justificar sua atuação, ou a responsabilidade é realmente da Enel e do governo federal? As respostas podem impactar não apenas a eleição, mas também o futuro da gestão de energia na cidade.