Na tarde deste sábado (5 de abril de 2025), o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) lançou um vídeo contundente em resposta à declarações de seu colega Nikolas Ferreira (PL-MG), que defende a anistia aos condenados pelos eventos do dia 8 de janeiro de 2023. Boulos inicia seu vídeo afirmando: "O que Nikolas Ferreira não te contou".

De acordo com Boulos, a proposta de anistia vai além de inocentar apenas manifestantes presos. "O objetivo não é salvar a mulher do batom, mas sim proteger Bolsonaro da prisão. Não há nada de humanitário nisso, é pura estratégia política", declarou.

Ele destaca que o projeto de lei prevê o perdão de crimes políticos cometidos a partir de 30 de outubro de 2022, data das últimas eleições presidenciais. Segundo Boulos, o texto do projeto foi elaborado visando beneficiar Bolsonaro, militares e parlamentares que estiveram envolvidos nas tentativas de golpe.

Boulos prosseguiu: "O que eles não querem que você saiba é que a anistia cobre todos os crimes políticos desde 30 de outubro. A defesa dos condenados por 8 de janeiro é um bode expiatório para absolver Bolsonaro, generais e os próprios deputados bolsonaristas".

Além disso, o deputado criticou o movimento em prol da anistia, destacando que ele procura minimizar os efeitos dos ataques em Brasília. "Eles dizem que o 8 de janeiro não teve consequências sérias. Mas sabe o que eles escondem? O sargento Júnior foi brutalmente agredido enquanto tentava proteger o prédio do Congresso, recebendo vários golpes com barra de ferro", lembrou.

Boulos também traçou uma comparação entre os acontecimentos de janeiro e os crimes durante a ditadura militar, mencionando nomes como Vladimir Herzog, Zuzu Angel e Brilhante Ustra. "O que eles buscam não é justiça, mas sim impunidade. Isso já ocorreu no Brasil, onde muitos crimes da ditadura ficaram sem punição", ressaltou.

Finalizando suas declarações, Boulos expressou sua indignação: "Anistiar aqueles que planejaram e executaram um golpe de Estado é afirmar que tudo é permitido, desde que você tenha poder político. É ensinar que a lei só alcança os pobres, os fracos e os sem influência".

O debate sobre a anistia e suas implicações continua a polarizar a política brasileira, gerando reações acaloradas e levantando questões sobre justiça e responsabilidade no país.