Brasil e Argentina firmam acordo promissor para importação de gás e queda nos preços
2024-11-17
Autor: Fernanda
Acordo Brasil-Argentina para importação de gás
O Brasil está prestes a assinar um importante acordo com a Argentina que visa aumentar a importação de gás natural e, por consequência, reduzir os preços desse insumo essencial no país. Segundo informações do ministro de Minas e Energia, Silveira, a parceria permitirá a importação inicial de 2 milhões de metros cúbicos por dia do gás argentino, proveniente do megacampo Vaca Muerta, que atualmente está subutilizado. A projeção é de que essa quantidade aumente gradualmente, chegando a 10 milhões de metros cúbicos por dia ao longo dos próximos três anos e podendo alcançar até 30 milhões de metros cúbicos por dia até 2030.
Cenário atual do consumo de gás no Brasil
Atualmente, o Brasil consome entre 70 milhões e 100 milhões de metros cúbicos de gás por dia, e muitos setores da indústria têm reclamado do alto custo do gás que impacta a competitividade nacional. O gás de Vaca Muerta é ofertado a cerca de US$ 2 por milhão de BTUs na Argentina, enquanto o preço médio no Brasil já ultrapassa os US$ 13,82 por milhão de BTUs, o que significa uma diferença substancial que o governo brasileiro espera mitigar.
Objetivos do governo e rotas de transporte propostas
Silveira afirmou que o objetivo do governo é usar o gás como uma fonte de energia de transição, ajudando a reindustrializar o Brasil e a reduzir o preço do gás. Para viabilizar this acordo, cinco rotas de transporte foram propostas. A primeira delas é a utilização do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), onde há a possibilidade de inverter o fluxo do gasoduto norte da Argentina para direcionar o gás para o Brasil.
Estudos e alternativas para transporte de gás
Além disso, o governo argentino já estuda um novo sistema de gasodutos que atravessaria o Chaco paraguaio, bem como uma conexão direta entre a rede argentina e Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. Essa última opção depende da conclusão da expansão do Gasoduto Néstor Kirchner, que está em construção. Outra alternativa inclui o transporte via Uruguai ou a conversão do gás em gás natural liquefeito (GNL) para exportação por navios, contudo, essa opção pode encarecer o produto.
Impacto das obras e reexportação de gás pela Bolívia
As obras para a reversão do fluxo no gasoduto no sul da Argentina devem estar concluídas até março de 2025, conforme informações do secretário de Energia argentino, Eduardo Javier Rodríguez Chirillo. O impacto dessa mudança poderá ser significativo, pois permitirá a exportação de gás para o Brasil através da Bolívia, considerando que a Bolívia atualmente envia apenas 15 milhões de metros cúbicos por dia, quando poderia fornecer 30 milhões.
Perspectivas futuras e considerações finais
Por último, Silveira também comentou sobre a perspectiva de reeleição de Donald Trump e seu impacto nas negociações energéticas, afirmando que a transição energética é uma necessidade climática e uma oportunidade econômica. Em meio a essas mudanças, o Brasil busca fortalecer sua posição não apenas como um importador, mas também como um potencial fornecedor de urânio, com reservas significativas a serem exploradas. O que este acordo poderá significar para o futuro da energia no Brasil? Não deixe de acompanhar as próximas notícias!