O Brasil e a China assinaram um total de seis acordos que permitirão a exportação de produtos agropecuários brasileiros, incluindo carne de frango e suína, durante a visita oficial do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília. Esta visita é uma oportunidade estratégica para fortalecer as relações comerciais entre os dois países, pois o presidente Lula receberá Xi nesta quarta-feira.

A negociação inclui, segundo fontes próximas aos tratados, pelo menos dez protocolos que estão em estágios avançados. O que não for assinado nesta quarta-feira pode ser discutido em futuras reuniões. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, mencionou a questão em uma coletiva de imprensa durante a cúpula do G20, se referindo à relevância dessas aberturas comerciais nas relações bilaterais.

Fávaro afirmou que os mercados para suínos e bovinos já estão abertos e que os protocolos para a exportação de miúdos bovinos e suínos estão prontos, embora ainda não tenham sido enviados à China. Ele destacou a importância dos protocolos sanitários já presentes e a expectativa de maior acesso ao mercado chinês para outros produtos no futuro.

Entretanto, o anúncio relacionado à liberação de mais frigoríficos brasileiros para exportação de carne bovina deverá ser tratado depois da visita oficial. Em uma declaração anterior, Fávaro mencionou que o Brasil está em negociações para obter aprovação da China para a inclusão de 10 a 15 frigoríficos na lista de exportadores autorizados, destacando que o processo está em uma fase satisfatória e que auditorias já estão sendo realizadas nas instalações brasileiras.

Outra questão abordada pelo ministro foi a possibilidade e as implicações da logística para a exportação de frutas ao mercado chinês. Ele apresentou um vídeo de um mercado na China, destacando o preço elevado das uvas – a impressão dos preços nas prateleiras revela que o custo é de 383 yuans por quilo, equivalente a quase R$ 500. O ministro sublinhou que o preço praticado pelo produtor brasileiro é de aproximadamente R$ 20, evidenciando uma oportunidade lucrativa para o setor agrícola brasileiro.

Esses acordos são vistos como um marco na parceria entre Brasil e China, e estão alinhados com o desejo do Brasil de expandir sua presença no mercado asiático, que tem demonstrado crescente demanda por produtos agropecuários.