
Brasil Pode ser o Grande Vencedor na Guerra Comercial de Trump, Aponta WSJ
2025-04-02
Autor: Carolina
Uma nova análise do Wall Street Journal sugere que o Brasil está posicionado para se tornar um dos principais beneficiados da intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Com as tensões aumentando e as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump impactando as trocas entre as duas potências, o Brasil pode surgir como uma alternativa viável, tanto para o mercado chinês quanto para o americano.
Com sua vasta oferta de alimentos, energia e metais, o Brasil tem a chance de transformar essa instabilidade em uma oportunidade de crescimento. A nação sul-americana já se destaca como um fornecedor estratégico de commodities, como carne, minério de ferro e petróleo, e agora começa a abrir portas para produtos industrializados, uma área até então menos explorada.
Os sinais dessa mudança começam a aparecer: empresas chinesas já estão aumentando as compras de soja brasileira, antecipando embarques e reduzindo a dependência do grão norte-americano. Essa mudança não apenas fortalece a relação comercial entre Brasil e China, mas também indica uma diversificação positiva nas rotas de comércio.
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, e os investimentos chineses no país já ultrapassam a marca de US$ 70 bilhões, tendo uma presença significativa em setores como energia, infraestrutura e transporte. Projetos importantes, como ferrovias estratégicas para o escoamento de grãos, estão sendo desenvolvidos por estatais chinesas, melhorando a logística e reduzindo custos no Brasil.
Nos Estados Unidos, o panorama também é promissor. Setores como o de calçados estão aproveitando a oportunidade criada pela saída de produtos chineses dos mercados, permitindo que a indústria brasileira preencha essa lacuna. Com uma abundância de mão de obra qualificada e matérias-primas disponíveis, o Brasil já exporta consideráveis volumes de produtos para o mercado norte-americano e espera um aumento nas exportações devido ao realinhamento comercial.
Embora haja uma possibilidade de o Brasil ser alvo de novas tarifas dos EUA, especialistas consultados pelo WSJ acreditam que manter um superávit comercial com os americanos pode ajudar a mitigar esses impactos. Além disso, o país está em busca de acordos bilaterais que visam reduzir os efeitos das políticas protecionistas, reforçando ainda mais suas relações comerciais estratégicas.