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BTG Pactual Adquire Clave e Revoluciona Liderança em sua Asset

2024-12-12

Autor: Pedro

O BTG Pactual acaba de fechar um acordo para a aquisição total da Clave Capital, colocando Rubens Henriques, fundador da Clave, como um dos novos líderes de sua área de gestão de ativos. Esta movimentação marca uma nova fase para o banco, que já possuía 30% da Clave desde sua fundação em 2021, quando investiu cerca de R$ 3 bilhões.

Três anos após o investimento inicial, a Clave gerencia aproximadamente R$ 6 bilhões em ativos, um volume considerado médio no mercado. A entrada total do BTG na Clave é vista como uma estratégia para impulsionar suas operações e diversificar suas ofertas de investimento.

Rubens Henriques assumirá a liderança da nova área chamada ‘asset management latam & liquid alternatives’, que será responsável por estratégias de macroeconomia, crédito, ações, imóveis e hedge funds globais. Ele substituirá Allan Hadid, que deixará o BTG após uma década de atuação.

Renato Mazzola continuará à frente da divisão de ‘asset management economia real’, que engloba infraestrutura e private equity, enquanto Gerrity Lansing lidera as estratégias de mercados privados dos EUA e de timberland.

Antes de fundar a Clave, Rubens Henriques teve uma carreira consolidada no Itaú, onde foi CEO da Itaú Asset, destacando-se pela implementação do modelo de ‘multimesas’ na gestora. Espera-se que ele traga essa experiência bem-sucedida para o BTG, visando transformar sua asset em um player mais competitivo e inovador no mercado.

A avaliação no mercado é de que a asset do BTG, até o momento, não alcançou o desempenho esperado em comparação com a excelência financeira do banco como um todo. Observadores têm comentado que, embora o BTG tenha se destacado em várias verticais, sua gestora de ativos carece de uma performance robusta e de produtos inovadores.

Contudo, a chegada de Rubens é vista como uma grande oportunidade para alavancar os negócios da asset. Críticos apontam que, apesar de a Clave não ter se destacado recentemente em performance de fundos macro e de ações, Rubens é considerado a pessoa certa para liderar mudanças significativas.

Além de Rubens, uma equipe de talentos está se juntando ao BTG, incluindo Rodrigo Carvalho, ex-CIO dos multimercados da Clave, e outros profissionais das áreas de crédito e imobiliário, como Mariano Andrade, Henrique Benzecry e Carolina Avancini.

Em contrapartida, André Caldas, que era o CIO de renda variável da Clave, optou por abrir uma nova gestora independente, mantendo o BTG como sócio minoritário. Esse movimento sublinha uma tendência crescente no setor, onde gestores buscam maior autonomia e inovação.

Este ano foi desafiador para a indústria de gestão de recursos, com o fechamento da Blueline, uma das investidas do Itaú, e o encerramento de várias gestoras menores. O encerramento de pelo menos três estratégias do ‘multimesas’ do Itaú também evidencia as mudanças e dificuldades enfrentadas, deixando claro que a agilidade e a inovação serão essenciais para a sobrevivência e crescimento das gestoras no mercado atual.