Buraco negro supermassivo da Via Láctea pode não ser tão destrutivo quanto imaginávamos; descubra todos os detalhes!
2024-12-18
Autor: Carolina
As recentes descobertas sobre o buraco negro supermassivo Sagitário A* (Sgr A*), localizado no centro da Via Láctea, têm desafiado a compreensão científica a respeito da dinâmica das estrelas em sua vizinhança. Até agora, acreditava-se que a potente força gravitacional desse fenômeno astronômico fosse um verdadeiro triturador de estrelas, mas novos estudos sugerem que esse não é bem o caso.
Um estudo publicado na revista Nature Communications por Emma Bordier, astrofísica da Universidade de Colônia, em colaboração com outros pesquisadores, revelou que, embora a região em torno de Sgr A* seja uma das mais extremas da galáxia, sistemas binários – compostos por duas estrelas orbitando um centro de massa comum – ainda podem se formar nesse ambiente hostil.
Até o momento, apenas cinco desses sistemas binários foram identificados nas proximidades do buraco negro supermassivo, um número surpreendentemente baixo em comparação com a predominância de sistemas binários na Via Láctea, que representam quase 50% de todas as estrelas. O novo sistema identificado, conhecido como D9, está localizado no “aglomerado S”, um grupo denso e caótico de estrelas que orbita Sgr A*. O D9 foi observado a uma distância impressionante de apenas 0,03 parsecs do buraco negro, o que representa uma das mais proximidades já medidas.
A descoberta é significativa porque mostra que, apesar da intensa gravidade do buraco negro, as estrelas ainda podem coexistir em sistemas binários sem serem destruídas. Florian Peissker, autor principal do estudo, observa que essa nova evidência sugere que buracos negros supermassivos, como Sgr A*, não são tão destrutivos quanto se pensava antes.
Os cientistas também analisaram os componentes do sistema D9 e notaram que havia sinais de gás e poeira – indícios de que este sistema estelar pode ser muito jovem, com cerca de apenas 2,7 milhões de anos. Isso muda a narrativa anterior, que afirmava que as duras condições próximas ao buraco negro inibiam o nascimento de novas estrelas. Agora, chega-se à conclusão de que a órbita e a gravidade do buraco negro podem até estimular a formação de novos corpos celestes.
Outro aspecto intrigante a emergir da pesquisa é a possibilidade de que planetas possam estar se formando ao redor das estrelas jovens dentro do aglomerado S. A evidência mostra que essas formações ainda não são inteiramente compreendidas, e a equipe de pesquisa sugere que a detecção de planetas sobre esses sistemas é uma questão de tempo. Ao todo, essa descoberta abre um novo capítulo na astrofísica, evidenciando que a dinâmica ao redor de buracos negros supermassivos é mais complexa e intrigante do que se imaginava.
Por último, a equipe de pesquisadores sugere que a presença de objetos misteriosos conhecidos como 'objetos G', que parecem se comportar como estrelas, mas são compostos de gás e poeira, pode ser uma combinação de estrelas binárias não fundidas e material remanescente de estrelas que se fundiram. Essa nova abordagem pode oferecer uma compreensão melhor sobre a formação e evolução de estrelas e planetas nas regiões mais perigosas do universo.