As operações de busca pelos desaparecidos após a queda da ponte que liga Maranhão a Tocantins foram parcialmente suspensas nesta sexta-feira (27) devido ao risco de novos desabamentos. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), foi identificada movimentação na estrutura em ambos os lados da ponte, o que eleva o perigo para as equipes de resgate.

O Almirante Coelho Rangel, responsável pelas operações de busca e Chefe do Estado-Maior do 4º Distrito Naval da Marinha, esclareceu que a suspensão se aplica à área próxima aos pilares da ponte. As equipes continuarão trabalhando com embarcações e seguindo o leito do rio até que seja seguro retomar os mergulhos nos escombros.

Até o início da manhã, são confirmadas sete mortes, enquanto uma pessoa foi resgatada com vida. Além disso, oito vítimas estão desaparecidas, sendo que dois corpos foram encontrados, mas ainda não puderam ser retirados do rio por questões de segurança.

Equipamentos Especiais em Ação

A busca agora conta com a utilização de uma câmara hiperbárica, trazida do Rio de Janeiro pela Força Aérea Brasileira (FAB). Esse equipamento é crucial para garantir a segurança durante os mergulhos em águas profundas, dificultados pela profundidade do Rio Tocantins, que chega a 48 metros.

"O uso da câmara hiperbárica nos permitirá maximizar a segurança dos mergulhadores, que poderão permanecer mais tempo submersos sem risco de doenças descompressivas", explica o Almirante.

Os equipamentos de mergulho dependente, que fornecem oxigênio por meio de mangueiras acopladas ao capacete do mergulhador, tornam as operações mais seguras e eficazes. Além disso, há a possibilidade de monitorar as imagens subaquáticas em tempo real, permitindo que a equipe possa orientar melhor os mergulhadores.

Vítimas Localizadas

Nas últimas buscas, foram identificadas várias vítimas, incluindo uma adolescente de 11 anos e motoristas, como Kecio Francisco Santos Lopes, 42 anos, que dirigia um caminhão de defensivos agrícolas. Esses resgates revelam a tragédia que afetou diversas famílias, e a busca continua firme.

O Desabamento Catastrófico

A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira desabou na BR-226, entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), causando estragos significativos. Imagens de drones mostram a extensão do desastre, que também levantou preocupações sobre a segurança estrutural em todo o país. A Polícia Federal investiga as causas do colapso.

O Ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou que a reconstrução da ponte será realizada em até um ano, com investimentos entre R$ 100 e R$ 150 milhões, além de ter decretado situação de emergência para agilizar o processo burocrático para a reconstrução.

A tragédia não só causou perdas humanas, mas também afetou o tráfego local, uma vez que a ponte era uma importante via de acesso. O DNIT, por sua vez, revelou que tinha contratos em vigor para manutenção e melhoramento da estrutura, mas as responsabilidades ainda estão sob investigação.

A situação crítica exige atenção urgente e ações que garantam a segurança das comunidades afetadas e a integridade das futuras obras.