Nação

Câmara aprova castração química para condenados por pedofilia; projeto avança para o Senado

2024-12-12

Autor: Fernanda

Aprovação da Castração Química

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (12) uma proposta polêmica que institui a castração química para indivíduos condenados por pedofilia. Essa medida faz parte de um projeto mais amplo que também determina a inclusão de dados e imagens dos condenados em um cadastro gerido pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Votação e Reações

A ideia, que surgiu da iniciativa do deputado Aluisio Mendes (Republicanos-MA), foi aprovada com uma emenda de Ricardo Salles (Novo-SP). A votação foi acirrada: 267 votos a favor, 85 contra e 14 abstenções. Agora, o projeto seguirá para discussão no Senado, onde pode enfrentar mais controvérsias.

Divisão entre Parlamentares

Os parlamentares da bancada da oposição celebraram a aprovação, enquanto partidos como PSB e a federação PSOL-Rede orientaram seus membros a votarem contra. Os blocos mais influentes, com um total de 307 deputados, optaram por liberar suas bancadas, enquanto a bancada evangélica, liderada por Silas Câmara (Republicanos-AM), apoiou a proposta.

Emenda e Diretrizes

A emenda aprovada prevê que a castração química será realizada por meio de medicamentos que inibem a libido, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

Tensões Durante a Votação

O ambiente da votação foi marcado por intensa troca de acusações entre parlamentares. O deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) criticou a oposição, afirmando que aqueles que eram contra a proposta estavam defendendo pedófilos e estupradores. O líder do PL, Altineu Côrtes (RJ), foi ainda mais enfático, alegando que não há espaço para ideologia quando se trata de proteger crianças.

Críticas da Oposição

Do outro lado, representantes da esquerda, como Lídice da Mata (PSB-BA) e Kiko Celeguim (PT-SP), contestaram esses argumentos e propuseram soluções alternativas para combater a pedofilia. Lídice qualificou a discussão em torno da castração química como uma prática lamentável, enquanto Celeguim enfatizou a urgência de ações eficazes diante do aumento alarmante de abusos sexuais, especialmente na internet.

Complexidade do Problema

Talíria Petrone (PSOL-RJ) ainda acrescentou que a inclusão deste tópico em um projeto administrativo era imprópria, uma vez que a questão da violência sexual no Brasil é complexa e deve ser tratada com mais profundidade. Ela chamou a situação de 'epidemia e um drama' que precisa ser abordado adequadamente.

Contexto da Proposta

Esse projeto faz parte de um pacote de iniciativas relacionadas à segurança pública, impulsionado pela bancada da bala na Câmara. Essa mobilização surge como uma resposta aos crescentes índices de violência no Brasil e reflete a urgência de uma abordagem mais eficaz na luta contra a pedofilia e outros crimes sexuais.