Câmara de BH experimenta desvio na renovação: 23 vereadores reeleitos
2024-10-07
Autor: João
As eleições para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, que ocorreram ontem, definiram os 41 vereadores que irão representar a cidade de 2025 a 2028. A festa da democracia trouxe 18 novos integrantes ao legislativo, resultando em uma taxa de renovação de 43,9%. Essa queda representa uma mudança significativa em relação aos últimos pleitos, onde a maioria dos eleitos consistia de novatos.
Dos 41 assentos, 23 parlamentares conseguiram se reeleger.
Vale destacar que, em um cenário preocupante, quase 30% dos eleitores da capital mineira não compareceram às urnas.
A composição da nova Câmara permanece majoritariamente masculina e branca. De acordo com os dados informados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 70% dos vereadores eleitos são homens e 58% se identificam como brancos, com 29 homens e 12 mulheres. Este perfil demográfico mantém a tendência de desigualdade de gênero e raça observada em anos anteriores.
Desde que a Câmara de Belo Horizonte possui 41 cadeiras, em 2004, a expectativa era de um aumento constante na renovação. No entanto, após um pico de 58,5% de novatos em 2020, o pleito deste ano marca um retrocesso nesse sentido.
Pablo Almeida, do Partido Liberal (PL), destacou-se como o vereador mais votado, recebendo 39.960 votos e quebrando o recorde anterior da Câmera, que pertencia a Duda Salabert. O PL, aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ampliou sua participação e agora conta com seis vereadores.
A segunda maior bancada é a da Federação Brasil da Esperança, que inclui o PT, PV e PCdoB, também com seis vereadores, destacando Pedro Rousseff, sobrinho-neto da ex-presidente Dilma Rousseff.
Por outro lado, a esquerda, representada pelo PSOL, conseguiu não apenas manter suas cadeiras, mas também elegeu uma nova vereadora, Iza Lourença, que alcançou a terceira posição em votos.
Entre os pré-candidatos destacados, várias figuras proeminentes retornam ao parlamento. O grupo denominado Família Aro tem um forte impacto, com Marli e outros vereadores alinhados ao secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro, agora na nova legislatura.
As articulações políticas começaram rapidamente, pois a expectativa é de que a luta pelo poder na Câmara Municipal se intensifique nos próximos meses, especialmente com a disputa pela Prefeitura entre Fuad Noman e Bruno Engler.
A próxima legislatura enfrenta um grande desafio: será necessário um trabalho intenso para formar uma base política sólida e coesa. As divisões ideológicas entre a esquerda e a direita já se intensificaram, e as tensões estão se acumulando, especialmente entre figuras como Pedro Rousseff e Pablo Almeida.
Com o novo cenário político, os desafios para o futuro prefeito de Belo Horizonte se ampliam, à medida que ele deve construir uma maioria legislativa em um ambiente tão fragmentado e polarizado. Essa situação requer não apenas diálogo, mas também uma habilidade excepcional para a negociação política.