As forças de paz da ONU no Líbano, popularmente conhecidas como 'capacetes azuis', continuarão em suas posições, afirmou Jean-Pierre Lacroix, chefe da UNIFIL, nesta segunda-feira (14). Essa declaração vem como uma resposta direta ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que havia solicitado a retirada das tropas da ONU da região.

"Decidimos que a UNIFIL permanecerá em todas as suas posições, apesar dos pedidos das Forças de Defesa de Israel para que abandonem as áreas próximas à Linha Azul"," declarou Lacroix. Essa linha, estabelecida em 2000, se estende por 120 quilômetros ao longo do sul do Líbano e foi criada para garantir a retirada total das forças israelenses do território libanês, encerrando assim um período de ocupação que durou quase duas décadas.

Enquanto Netanyahu solicita a retirada imediata das forças de paz, alegando que o Hezbollah está utilizando suas instalações para atacar Israel, a situação no terreno é mais complicada. As forças de paz da ONU relataram que o exército israelense disparou repetidamente contra suas instalações, resultando em ferimentos a cinco capacetes azuis, uma situação que aumenta as tensões na região.

Importante ressaltar que, de acordo com a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, apenas cerca de 9.500 soldados da UNIFIL e as forças armadas libanesas estão autorizados a operar no sul do Líbano. Lacroix enfatizou o apoio unânime dos membros do Conselho de Segurança à UNIFIL, o que é visto como um grande estímulo para as operações da missão de paz.

O que isso significa para a estabilidade na região? Especialistas acreditam que, enquanto as tropas da ONU estiverem no Líbano, o risco de escalada de conflito pode ser reduzido, mas a situação permanece volátil. O Hezbollah, um ator chave nesta equação, se mantém firme, apesar das pressões externas e dos conflitos em curso.

Esta não é a primeira vez que as forças de paz da ONU enfrentam desafios no Líbano, e a resposta de Lacroix é um lembrete de que a presença da UNIFIL é essencial para tentar manter a ordem em uma região marcada por tensões e conflitos históricos. Afinal, a paz é um objetivo difícil, mas necessário, em um território tão delicado.