Em 2024, a eletromobilidade no Brasil – que se refere à utilização de veículos elétricos – experimentou um crescimento impressionante de 89% em comparação a 2023, com 177.358 emplacamentos, segundo dados da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Este aumento exponencial nos números reflete não apenas uma tendência mundial, mas também uma mudança significativa no comportamento do consumidor brasileiro em relação a alternativas mais sustentáveis de transporte.

Entretanto, este avanço traz à tona um desafio crucial: a necessidade de uma infraestrutura de recarga adequada. O Brasil, com suas dimensões continentais, enfrenta a urgência de acelerar a instalação de pontos de recarga, uma vez que a demanda por carros totalmente elétricos, híbridos e híbridos plug-in só tende a aumentar.

O boom da eletromobilidade gera novas oportunidades de negócios, desde oficinas especializadas em manutenção de carros elétricos até lojas de autopeças e até mesmo postos de combustíveis que agora oferecem esta nova opção. O mercado está se adaptando rapidamente, e já existem grupos e associações dedicando-se à formação de mão de obra especializada para atender a essa demanda crescente.

Nos últimos anos, ter um carro elétrico era visto como um risco devido ao custo inicial elevado em relação aos carros a combustão. No entanto, o cenário mudou: consumidores cada vez mais conscientes da necessidade de alternativas ecológicas estão dispostos a investir em carros elétricos devido à sua menor emissão de poluentes, menor ruído e custos operacionais reduzidos. O abastecimento de veículos elétricos também se mostra muito mais barato, tornando essa opção ainda mais atrativa.

O crescimento no setor é impulsionado pela chegada de diversas marcas internacionais e pela produção local, como a fábrica da BYD na Bahia e a promessa de lançamento de modelos pela montadora nacional Lecar a partir de 2026. Esse fortalecimento da indústria local é fundamental para garantir um aumento da oferta de veículos elétricos no mercado nacional.

Apesar dos avanços, ainda existem desafios a serem superados, como a autonomia das baterias e a escassez de estações de carregamento. Neste contexto, ter um carregador doméstico pode se tornar uma solução prática, principalmente para residências equipadas com painéis solares, mesmo que o tempo de recharge seja consideravelmente maior. Algumas marcas já oferecem tecnologia de carregamento regenerativo, que permite a geração de energia durante acelerações e frenagens, contribuindo para uma eficiência ainda maior.

Por fim, a expectativa é que o consumidor continue a ter acesso a veículos que aliam sustentabilidade, boa dirigibilidade, conforto e segurança. É fundamental que o Brasil avance na migração de frotas de ônibus e trens municipais para soluções elétricas ou biocombustíveis, como etanol e biodiesel. O último ano foi marcado por recordes de temperatura, com uma média 1,6°C acima das temperaturas pré-industriais, ressaltando a urgência de ações efetivas no combate às mudanças climáticas.