Recentemente, um foguete suborbital foi lançado da Barreira do Inferno, em Parnamirim, na Grande Natal, levando mais de mil cartas escritas por alunos de escolas públicas do Rio Grande do Norte. Essa iniciativa, promovida pela Agência Espacial Brasileira, incentivou os estudantes a expressarem seus sonhos, ideais e aspirações para o mundo nos próximos 50 anos.

Os jovens autores vieram de diversas cidades, incluindo Natal, Parnamirim, São José de Mipibu e João Câmara. Entre os participantes estão Nivaldo Arthur Pimentel Gomes e Karen do Nascimento Neri, ambos com 15 anos e alunos do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) na cidade de João Câmara, a apenas 81 km de Natal. Ao escreverem suas cartas, eles se preocuparam em refletir sobre o futuro do planeta.

Arthur expressou sua preocupação com temas urgentes relacionados ao meio ambiente: "Escrevi sobre a devastação ambiental, o desrespeito ecológico e o aumento do aquecimento global. Apesar desse cenário alarmante, espero que, no futuro, possamos reverter essa situação."

O estudante acredita que em 50 anos vivenciaremos um marco revolucionário na mobilidade urbana, com a introdução do tão sonhado carro voador. "Imagino que teremos não apenas carros voadores, mas também novas formas de transporte e comunicação. Porém, temo que isso gere desigualdades sociais, uma vez que nem todos terão acesso a essas tecnologias", pondera Arthur.

Ele também mencionou a importância de um uso ético e consciente da ciência e tecnologia: "Precisamos ter um diálogo maior e estar cientes das consequências de nossas ações. Desejo que a humanidade aprenda a utilizar seu potencial para fazer do mundo um lugar melhor."

Karen, por sua vez, abordou o impacto da tecnologia no cotidiano. "Em 2024, já podemos ver a evolução tecnológica que afeta áreas como saúde, transporte e educação. Acredito que a inteligência artificial cada vez mais fará parte das nossas vidas", disse Karen, refletindo sobre a dependência tecnológica. "Quero me manter informada, mas, ao mesmo tempo, não quero ser dominada por essas novas tecnologias. Espero que, em algum momento, eu possa revisar minha carta quando ela voltar à Terra", completou.

Lucas Felipe Cícero, de 17 anos, também participou dessa experiência enriquecedora e afirmou: "Estamos levando nossas esperanças para o espaço. Espero que, nos próximos 50 anos, a humanidade encontre formas de viver em paz e harmonia com a natureza."

Essa iniciativa representa não apenas um momento de criatividade dos jovens, mas também um chamado à reflexão sobre o futuro sustentável que desejamos construir. O fato de as cartas terem sido enviadas ao espaço inspira a próxima geração a sonhar grande e a se responsabilizar pelas questões que cercam nosso planeta.

As cartas dos estudantes são apenas uma parte de um movimento crescente que busca soluções para os desafios contemporâneos, e com a tecnologia emergente, quem sabe o que mais veremos nos próximos anos? Carros voadores, cidades adaptadas à natureza e um uso consciente da inteligência artificial são apenas algumas das possibilidades que os estudantes do Rio Grande do Norte esperam ver se concretizando.