Recentemente, o jogador Garro foi indiciado por homicídio culposo após um acidente em que o nível de álcool no sangue foi avaliado. Com uma concentração que não excedeu 1 g/l, isso ficou abaixo do limite que poderia resultar em uma agravante legal na Argentina.

A embriaguez, um estado que distorce a percepção e a capacidade de reação, resulta do consumo excessivo de álcool. A evidência científica nos mostra que a concentração de álcool no sangue é medida em gramas por litro (g/l) e que os efeitos do álcool variam grandemente segundo diversos fatores, conforme relatado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Fatores que influenciam o nível de embriaguez incluem:

- **Peso corporal**: Indivíduos mais leves sentem os efeitos do álcool mais rapidamente.

- **Sexo**: As mulheres, geralmente, apresentam uma maior concentração de álcool no sangue após consumir a mesma quantidade que os homens, devido a diferenças fisiológicas.

- **Alimentação**: Consumir álcool após refeições pode retardar sua absorção, enquanto a ingestão em jejum pode levar a uma intoxicação mais rápida.

- **Tolerância**: Aqueles que bebem frequentemente podem precisar de doses maiores para sentir os mesmos efeitos.

Um especialista, Tiago Uliana Fonseca, formado em química pela USP, explica que um nível de 0,5 g/l, como o de Garro, pode ser alcançado com o consumo de aproximadamente duas latas de cerveja em uma hora. Para um adulto de 70 kg, isso se traduz em cerca de 150 ml de vinho ou três doses de 45 ml de destilados. "A partir de uma certa quantidade, o fígado não consegue metabolizar o álcool tão rapidamente, o que resulta em níveis mensuráveis e perigosos no sangue", ressalta.

A médica Janifer Trizi também destaca que níveis de 0,34 g/l já caracterizam estado de embriaguez e podem afetar a capacidade de uma pessoa tomar decisões. Essa concentração, embora menor que a de Garro, já é considerada preocupante do ponto de vista médico.

É importante ressaltar que a metabolização do álcool pode variar bastante entre indivíduos. A absorção inicial ocorre no estômago e intestino delgado, onde cerca de 80% do álcool consumido é absorvido. Segundo Nicolle Queiroz, especialista em medicina integrativa e metabólica, indivíduos em jejum ou com pouca comida no estômago absorvem mais álcool e, portanto, podem ficar embriagados mais rapidamente.

O metabolismo do álcool no corpo envolve enzimas como ADH (álcool desidrogenase) e ALDH (aldeído desidrogenase). Embora o fígado faça a metabolização, o processo é relativamente lento, de acordo com a OMS.

A idade, o tipo de dieta e outros fatores também impactam a velocidade com que o corpo metaboliza o álcool, resultando em respostas diferentes a ele entre as pessoas.

Efeitos da embriaguez

Entre os efeitos da embriaguez, podemos observar euforia, lentidão nos reflexos e comprometimento da coordenação motora. Esses efeitos tornam a condução sob influência de álcool extremamente arriscada. Segundo algumas fontes, níveis entre 0,5 g/l e 1,2 g/l podem induzir estados de euforia, levando a uma diminuição significativa da atenção.

Aqui estão alguns dos impactos gerais do álcool no organismo, conforme o Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool):

- **Sistema nervoso central**: diminuição da coordenação motora, dificuldade de concentração e, em casos severos, coma.

- **Fígado**: metaboliza o álcool, mas o consumo elevado pode causar esteatose hepática, hepatite e cirrose.

- **Coração**: pode aumentar a pressão arterial e o risco de arritmias.

- **Pâncreas**: o uso excessivo de álcool pode resultar em pancreatite.

- **Sistema imunológico**: o álcool pode debilitar as defesas do organismo, aumentando a vulnerabilidade a infecções.

- **Aparelho digestivo**: pode causar irritação e aumentar o risco de câncer na boca e esôfago.

Atenção!

Nunca é demais lembrar: a segurança no trânsito deve vir sempre em primeiro lugar. Evitar o consumo de álcool se você pretende dirigir é crucial para a proteção de todos.