Negócios

Cemig (CMIG4): Os dividendos estão acabando? Especialistas alertam para a queda das ações – Money Times

2025-03-21

Autor: Gabriel

A recente divulgação de resultados da Cemig (CMIG4) não agradou o mercado e a ação despencou. Segundo a corretora Itaú BBA, o preço atual das ações já refletia os dividendos consistentes que a empresa havia pago. Nesta sessão, as ações da Cemig caíram cerca de 4,85%, atingindo o valor de R$ 10,80, após um anúncio alarmante de que o lucro da companhia caiu quase 50%, totalizando R$ 998 milhões.

Embora os números não tenham surpreendido os analistas, a performance foi abaixo do esperado. O relatório da Genial destacou que a companhia teve uma receita robusta de R$ 11,777 bilhões, mas isso não impediu a queda no lucro. Aqui estão os principais números do 4º trimestre:

- **Lucro**: R$ 998 milhões (4T24) vs R$ 1,8 bilhão (4T23), -47,1% - **Receita**: R$ 11 bilhões (4T24) vs R$ 9,9 bilhões (4T23), +12,3% - **Ebitda**: R$ 1,9 bilhão (4T24) vs R$ 2,1 bilhões (4T23), -10,4%

A análise sugere que, apesar das dificuldades, a Cemig tem mostrado progresso na sua atividade principal: distribuição de energia. No entanto, a XP pontua que o Ebitda ficou ligeiramente abaixo das previsões, com a empresa enfrentando despesas operacionais elevadas.

Segundo o analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, a reação negativa do mercado às ações da Cemig é explicada pela deterioração da performance operacional, somada à expectativa de que o lucro não se repetiria na mesma magnitude, devido a itens não recorrentes que inflaram os resultados do ano anterior.

**Dividendos: Uma expectativa incerta?**

O Itaú BBA também chamou atenção para os dividendos futuros da empresa. A Cemig anunciou que pagará R$ 500 milhões adicionais, além dos R$ 3,3 bilhões já anunciados em trimestres anteriores. Essa soma resulta em um impressionante total de R$ 5,15 bilhões, gerando um dividend yield alto de 14% para este ano. No entanto, especialistas apontam que esses retornos excepcionais podem não ser sustentáveis no futuro.

Relatórios do JPMorgan, que rebaixaram a recomendação da empresa, indicam que os dividendos podem ser reduzidos nos próximos anos. As previsões mostram um possível declínio no retorno, de 10% em 2025 para apenas 6,5%.

Investidores expressam preocupações sobre a sustentabilidade dos resultados da Cemig e a falta de clareza sobre os próximos passos da companhia, em especial em relação a investimentos e estrutura de capital. Isso pode influenciar a decisão de comprar ou não as ações.

**Comprar ações da Cemig?**

Com a recente valorização do papel, analistas agora veem as ações como mais caras. O Itaú BBA recomenda cautela, sugerindo que o preço atual já reflete os dividendos e melhorias operacionais recentes. A taxa interna de retorno (TIR) da Cemig é de 7,7%, enquanto outras empresas do setor operam acima dos dois dígitos.

Eles ainda indicam que a Cemig poderia ser uma boa opção para venda a descoberto, considerando o risco de um mercado submerso nos próximos anos e a perspectiva incerta para o balanço energético. Portanto, a dúvida que fica é: os dividendos da Cemig realmente vieram para ficar ou estamos diante de uma tempestade prestes a se formar?