Recentemente, duas emissoras de televisão na província de Takhari, no nordeste do Afeganistão, foram forçadas a seguir uma nova ordem da polícia da moralidade, resultando na exibição apenas de logotipos acompanhados de áudio. Essa decisão extremista se alinha a uma série de restrições severas impostas pelo governo talibã, que busca aplicar uma interpretação rigorosa da lei islâmica.

No início dessa semana, o Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício (PVPV) anunciou que todas as emissoras locais estariam proibidas de mostrar qualquer representação de seres vivos, incluindo pessoas e animais, em suas programações. Os jornalistas da região, que por motivos de segurança preferiram não se identificar, relataram uma drástica queda na produção jornalística, seguido de uma reunião com autoridades locais que reforçou estas novas normas.

A televisão privada Mah-e-Naw, por exemplo, alterou seu formato e passou a transmitir apenas áudio, enquanto exibindo seu logotipo. A rede pública RTA optou por substituir seus programas habituais por conteúdo que absteve-se de apresentar qualquer presença humana ou animal.

Essas restrições não são novidade no contexto do talibã, uma vez que a proibição da veiculação de imagens já havia sido implementada entre 1996 e 2001 durante o primeiro governo do grupo. Apesar disso, essa é a primeira vez que essas proibições são impostas de forma abrangente desde que o talibã retornou ao poder em 2021.

Enquanto isso, a organização Human Rights Watch tem condenado essas ações, alegando que a liberdade de expressão e o direito à informação estão sendo severamente comprometidos. O mundo aguarda com expectativa se a comunidade internacional tomará medidas mais firmes para pressionar o governo talibã a respeitar os direitos humanos fundamentais, especialmente em um país que já sofreu tanto com os efeitos de regimes totalitários.

Com isso, fica evidente que a situação dos meios de comunicação no Afeganistão se torna cada vez mais precária, levantando sérias questões sobre o futuro da liberdade de imprensa e da expressão artística no país. Uma nova era de censura se instalará ou haverá uma luz no fim do túnel? Acompanhe as próximas atualizações!