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Centaurus se torna o maior acionista da Oncoclínicas após compra de fatia do Goldman Sachs

2025-03-24

Autor: Pedro

Em uma movimentação surpreendente no setor de saúde, o Goldman Sachs vendeu quase 16% de sua participação na Oncoclínicas, que era detida por um de seus fundos, o Josephina I. O novo comprador é a Centaurus Capital, uma gestora de hedge fund que, após esta transação, ampliou sua participação na empresa brasileira de saúde para impressionantes 32%, consolidando-se como a maior acionista da companhia. Com isso, o Goldman agora detém apenas 4,96%, que estão alocados em outro fundo, o Josephina II.

A entrada do Goldman Sachs na Oncoclínicas remonta a 2015, quando o banco chegou a controlar 60% da empresa. Desde então, a instituição financeira tem gradativamente reduzido sua fatia, ação que inclui o seu IPO em 2021. Recentemente, no aumento de capital de R$ 1,5 bilhão realizado no ano passado, o Goldman optou por ceder seu direito de preferência para o Banco Master.

A Centaurus Capital, que emergiu de uma reorganização dos fundos Josephina, é comandada por Nelson Tanure, um conhecido investidor do mercado. Após a reorganização, a Centaurus passou a deter 16% da Oncoclínicas, enquanto o Goldman Sachs manteve 21% por meio dos veículos Josephina I e II.

Adicionalmente, a gestora Latache também tentou adquirir a fatia do Goldman, mas sem sucesso. Em seguida, decidiu comprar ações no mercado e atualmente possui cerca de 10% da rede Oncoclínicas, cujos papéis apresentaram uma impressionante alta de 144% no ano.

A movimentação no capital da Oncoclínicas não passou despercebida. A Associação Brasileira de Investimento, Crédito e Consumo (Abraicc), que representa acionistas minoritários, levantou questões sobre a necessidade de realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), uma vez que a Centaurus ultrapassou a fatia de 15% - um ponto que acionaria a cláusula de 'poison pill'. Esse mecanismo é utilizado para proteger a empresa de aquisições hostis.

A Abraicc investiga a situação, sustentando que a Centaurus não faz parte do grupo Goldman Sachs, e, portanto, uma OPA deve ser realizada devido à transferência de ações. Após o desmembramento da participação do Goldman em novembro, a Oncoclínicas também procurou esclarecimentos junto ao banco e à Centaurus sobre o potencial ativamento da OPA, mas a posição do Goldman foi de que se tratava apenas de uma reorganização societária.

Esses desenvolvimentos chatos indicam um mercado em constante movimento, refletindo as dinâmicas de investimentos em saúde no Brasil. Enquanto a participação da Centaurus cresce, o futuro da Oncoclínicas pode estar prestes a passar por novas transformações. Fique atento às novidades, pois essa história ainda pode render reviravoltas!