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China Adota Estratégia de ‘Guerra da Cadeia de Suprimentos’ Contra Trump

2024-12-01

Autor: Mariana

Introdução

HONG KONG — A crescente tensão entre a China e os Estados Unidos ganha um novo capítulo com a implementação de uma estratégia que promete reviravoltas na economia global. Neste cenário, a Skydio, uma empresa americana de drones, se tornou o símbolo da vulnerabilidade da indústria americana frente às sanções chinesas.

A Skydio, famosa por suas máquinas voadoras autônomas, viu suas operações ameaçadas logo antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, quando o governo chinês impôs restrições severas que afetaram seu acesso a componentes essenciais, como baterias.

A Retaliação Chinesa

O CEO da Skydio, Adam Bry, alertou os clientes de que a situação representava um ataque não apenas à sua empresa, mas a todos os que dependem de sua tecnologia. “Isso é um ataque à Skydio, mas também é um ataque a você”, enfatizou.

A retaliação da China a medidas impostas pelo governo Trump, que prometeu novas tarifas e sanções, não foi apenas simbólica. Especialistas indicam que a abordagem da China agora é mais agressiva e específica, visando prejudicar diretamente empresas americanas.

De acordo com Jude Blanchette, analista do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, as autoridades chinesas estão demonstrando uma disposição maior de aceitar e infligir dor econômica, com uma postura muito mais combativa do que durante a chamada "Guerra Comercial 1.0".

Mudanças nas Dinâmicas Comerciais

Durante o primeiro mandato de Trump, a resposta da China às tarifas americanas foi, em grande medida, cautelosa. Contudo, agora a repressão e a criação de "listas de entidades não confiáveis" mostraram que Pequim está se preparando para ações de retaliação muito mais concretas e impactantes.

Tais medidas visam impedir que empresas americanas tenham acesso a recursos críticos, incluindo materiais raros e lítio, fundamentais para a fabricação de dispositivos eletrônicos e veículos elétricos.

O Papel da Tecnologia

Os produtos relacionados a tecnologia estão no centro das disputas. Recentemente, o governo dos EUA anunciou sanções a 29 empresas chinesas em resposta ao trabalho forçado em Xinjiang. Em resposta, Trump prometeu aumentar tarifas sobre importações da China, o que levou a uma escalada nas tensões comerciais.

Além das sanções, a reação da China pode incluir ações contra empresas como a PVH, que começou a ser punida por sua decisão de não utilizar algodão de Xinjiang. Outros grandes nomes do setor tecnológico, como a Intel e a Micron, também estão sob escrutínio, o que gera incertezas sobre a continuidade da sua operação na China.

Impactos na Skydio

A situação é crítica também para a Skydio, que, mesmo após tentar diversificar sua cadeia de suprimentos, ainda depende de fornecedores chineses para baterias. O retrocesso nos fornecimentos resultou em dificuldades operacionais, com a empresa agora forçada a racionar baterias, impactando diretamente a capacidade de operação de seus drones.

Conclusão

Editoriais chineses celebraram as sanções como uma vitória para a política externa de Pequim, indicando que a Skydio e outras empresas americanas devem escolher entre servir como instrumentos das ambições dos EUA ou enfrentar as consequências de suas ações.

A mensagem é clara: a China está armando sua cadeia de suprimentos em resposta a um ataque que, pode se intensificar ainda mais nos próximos meses.

Enquanto a tensão continua a escalar, o mundo observa como a guerra comercial se transforma em uma guerra sobre cadeias de suprimentos, que promete afetar não só as economias de Estados Unidos e China, mas também provocar ondas de choque em diversos mercados globais. Prepare-se, pois o embate entre as duas potências pode ter consequências que vão muito além do comércio.