Ciência

China convida parceiros internacionais para missão a Marte

2025-03-30

Autor: Julia

Em uma manobra inesperada que pode mudar o rumo da exploração espacial, a China convidou parceiros internacionais a se juntarem a sua ambiciosa missão de retorno de amostras de Marte, programada para partir em 2028. Este projeto não só poderá ser determinante para responder se o planeta vermelho abrigou vida no passado, mas também marca um novo passo na competição global pelo espaço.

A oportunidade foi anunciada em 11 de março no site da CNSA, a agência espacial chinesa, e permite que colaboradores internacionais contribuam com sistemas e cargas úteis na missão conhecida como Tianwen-3. O documento enfatiza que "essa oportunidade está aberta à comunidade global, e parceiros internacionais são bem-vindos para colaborar".

Essa iniciativa revela um esforço claro da China em exercer seu "soft power" através de um programa espacial que visa ofuscar a NASA e os Estados Unidos, tradicionalmente líderes em projetos de cooperação internacional. Com a NASA enfrentando desafios financeiros e complexidades em suas próprias missões, como a que se propõe a trazer amostras do rover Perseverance até 2038, a China se posiciona como uma alternativa promissora.

A missão Tianwen-3 será composta por dois lançamentos usando foguetes Longa Marcha 5, um dos quais incluirá um módulo de pouso acoplado a um veículo de ascensão, enquanto o outro carregará um orbitador com dois módulos: um para estudar Marte e outro para o retorno das amostras à Terra, que podem chegar até 2030 ou 2031. Em contrapartida, a NASA pode ter dificuldades em cumprir seus prazos devido a revisões e aumento de custos.

Para atrair potenciais parceiros, a China disponibilizou 15 kg de capacidade para cargas úteis no orbitador de retorno e mais 5 kg no orbitador marciano. As propostas precisam ser apresentadas até 30 de junho e devem estar alinhadas com os objetivos da missão de descobrir se Marte tem ou já teve vida — uma questão científica que continua sem resposta definitiva.

A Tianwen-3 é apenas um dos muitos projetos ambiciosos da China na exploração espacial. Em 2028, o país planeja lançar um telescópio espacial dedicado à busca de exoplanetas, possivelmente descobrindo novas terras fora do nosso Sistema Solar. Além disso, em 2029, a missão Tianwen-4 partirá para explorar Júpiter e sua lua, Calisto, e em 2033, o país enviará uma missão a Vênus para coletar amostras da atmosfera.

Mais impressionante ainda, a China aspira a ter uma estação de pesquisa robótica em Marte até 2038, composta por várias missões, e planeja lançar uma missão de exploração nuclear até Netuno — um feito que até agora não foi realizado.

A seriedade do planejamento de longo prazo da China no setor espacial é inegável. Embora ainda existam desafios tecnológicos a serem enfrentados, é uma aposta segura afirmar que a maioria de suas ambições será realizada dentro dos prazos estabelecidos. O jogo espacial está apenas começando, e a China está se preparando para liderar essa corrida.