Com as recentes mudanças na legislação tributária, carnes, peixes, queijos e até sal terão isenção de impostos garantida! Entre os produtos que se beneficiarão estão carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves, além de diversos queijos como mozarela, minas e parmesão. Mas será que isso significa que a carne para o seu churrasco vai ficar mais em conta?

Infelizmente, a resposta ainda é incerta. Apesar da isenção, o setor de carnes está enfrentando desafios que podem impactar os preços. A escassez na oferta, provocada por uma estiagem severa e o aumento nos custos da ração, como a soja, tem pressionado os preços nas prateleiras. Allan Couto, economista e fundador da plataforma Gain, explica que o efeito real da reforma nos preços será determinado pela postura de produtores e varejistas. Se os benefícios forem repassados ao consumidor, podemos esperar quedas, mas altos custos de produção podem neutralizar essa redução.

A dinâmica de oferta e demanda ainda desempenha um papel crucial. Com menor oferta de carne, os preços tendem a subir. Fatores como o clima, impacto da inflação e a oscilações da taxa de câmbio devem ser levados em conta. A economista Juliana Inhasz, professora no Insper, ressalta que correr riscos devido a alta na economia também pode manter os preços pressionados.

Mas e o consumidor? Se os preços da carne caírem, isso pode aumentar o poder de compra e estimular a demanda por outros produtos. As regiões onde o consumo de carne é maior, como Sudeste e Centro-Oeste, provavelmente sentirão mais benefícios. Especialmente entre as classes de baixa renda, que despendem grande parte de sua renda em alimentos.

No entanto, a isenção de impostos não é uma garantia de baixa nos preços. A perda de arrecadação que isso gera para o governo pode acabar refletindo em aumentos de impostos sobre outros produtos. É uma situação complexa e que ainda gera muitas dúvidas.

Enquanto isso, o cenário geral não aponta para grandes reduções nos preços, especialmente com margens de lucro apertadas para os produtores. A economista Juliana Inhasz adverte que é ingênuo pensar que todo corte tributário se traduzirá em preços mais baixos. Os preços estão crescendo por diversos fatores, como oferta e riscos diversos, e não só por conta de impostos.

Apesar das incertezas, a longo prazo, a reforma tributária pode criar um ambiente favorável para investimentos, potencialmente estabilizando o mercado. O aumento do consumo pode gerar concorrência e eficiência no setor, resultando em preços mais equilibrados, desde que acompanhados de políticas de sustentabilidade e inclusão.

Mas qual é o verdadeiro objetivo da reforma tributária? A intenção é simplificar o sistema e promover justiça no sistema tributário, onde, segundo Inhasz, os mais pobres pagam mais proporcionalmente em impostos comparados aos mais ricos. Além disso, busca aumentar a transparência na arrecadação.

Com tudo isso, o que esperar do futuro econômico do Brasil? A expectativa é que haja uma arrecadação maior, além de uma justiça distributiva aprimorada com a implementação da reforma. Isso pode proporcionar uma economia mais sólida e com maior segurança, trazendo benefícios para toda a população.