
Cientistas Revelam O Mais Antigo Ancestral Humano da Europa Ocidental; Descubra O Que Esse Fósseis Nos Contam!
2025-03-17
Autor: Fernanda
Uma descoberta surpreendente está agitando o mundo da paleontologia: um fóssil de parte da face de um ancestral humano, considerado o mais antigo já encontrado na Europa Ocidental, foi analisado em um novo estudo publicado na renomada revista científica Nature. Os ossos fossilizados, que incluem parte da bochecha esquerda e do trecho superior da mandíbula, foram encontrados na região norte da Espanha em 2022 e são datados de 1,1 a 1,4 milhão de anos.
A pesquisa tem gerado grande entusiasmo entre os especialistas. “A descoberta é revolucionária”, declarou Eric Delson, paleontólogo do Museu de História Natural dos EUA, que não participou da pesquisa. Ele destacou que “é a primeira vez que encontramos remanescentes humanos significativos com mais de um milhão de anos na Europa Ocidental”.
Até agora, a coleção de fósseis mais antiga descoberta na Europa possui 1,8 milhão de anos, encontrada na Geórgia, próximo à fronteira entre a Europa Oriental e a Ásia. A nova descoberta na Espanha não apenas desafia o nosso entendimento sobre a história da migração humana, mas também sugere que ancestrais humanos podem ter se aventurado por essas terras muito antes do que pensávamos.
Rick Potts, diretor do Programa das Origens Humanas do Museu Smithsonian e que também não participou do estudo, afirmou que o fóssil espanhol é a primeira clara evidência de que “ancestrais humanos já estavam caminhando pela Europa” durante aquele período. Contudo, não há certeza se esses primeiros grupos permaneceram na Europa desde então.
“Um grupo pode ter se deslocado para um local específico e depois desaparecido”, alertou Potts, ressaltando as incertezas que ainda cercam essas descobertas.
Os ossos encontrados compartilham semelhanças com os do Homo erectus, um ancestral essencial que surgiu há cerca de dois milhões de anos na África e se espalhou por partes da Ásia e da Europa. No entanto, de acordo com Rosa Huguet, co-autora do estudo e arqueóloga do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social, em Tarragona, existem diferenças anatômicas intrigantes que fazem os cientistas questionarem a categorização do fóssil.
O Homo erectus, cujos últimos remanescentes teriam morrido há aproximadamente 100 mil anos, pode ter deixado mais perguntas do que respostas. Segundo o paleoantropólogo Christoph Zollikofer, da Universidade de Zurique, identificar a que grupo de ancestrais humanos um fóssil pertence a partir de poucos fragmentos é um desafio. "Quando encontramos muitos ossos diferentes, fica mais fácil", explicou ele.
Os novos fósseis foram descobertos em um complexo de grutas nas Montanhas Atapuerca, um local que já revelou outros valiosos segredos sobre os nossos ancestrais. Durante investigações anteriores, fósseis mais recentes de neandertais e dos primeiros Homo sapiens foram encontrados na mesma região, tornando o local uma verdadeira mina de ouro para os paleontólogos.
Essas descobertas estão não apenas mudando a forma como entendemos a história da humanidade, mas também reacendendo debates sobre a evolução e a migração dos nossos ancestrais. O que esses fósseis nos contam sobre a nossa própria origem? As perguntas são muitas e as respostas estão apenas começando a surgir.