O Citroën C3 Aircross, fabricado no Brasil na unidade de Porto Real (RJ), recebeu a nota surpreendente de zero estrelas no recente teste de segurança do Programa de Avaliação de Carros Novos para América Latina e o Caribe (Latin NCAP), divulgado na última quarta-feira (20). Este SUV, projetado como um veículo familiar e disponível em versões de cinco e sete lugares, atingiu apenas 33% dos critérios de segurança para adultos e modestos 11,4% para a segurança de crianças.

De acordo com o Latin NCAP, o C3 Aircross passou por uma série de testes rigorosos, incluindo impacto frontal a 64 km/h, colisão lateral, chicotada cervical (whiplash), proteção para pedestres e controle eletrônico de estabilidade (ESC). Porém, o teste de impacto lateral contra um poste não foi realizado devido à falta de proteção lateral adequada, que nem mesmo é oferecida como opcional. Assista aos detalhes em nosso canal.

Além da fragilidade observada na proteção do peito do passageiro – classificada como "fraca" – e a proteção "razoável" para o motorista, o teste lateral revelou uma estrutura comprometida, resultando em "intrusão relevante no habitáculo", o que aumenta consideravelmente o risco de lesões aos ocupantes. O teste de chicotada mostrou que a proteção para o pescoço dos adultos foi considerada "deficiente".

Preocupantemente, a proteção dinâmica para crianças não apresentou pontuação devido à sinalização inadequada das ancoragens Isofix, que não atende às exigências do Latin NCAP. Em um alerta sério, foi mencionado que o sistema de retenção infantil (SRI) falhou na instalação e que não é possível desativar o airbag do banco dianteiro ao utilizar um SRI voltado para trás, um enorme risco para a segurança infantil.

A classificação para pedestres também foi considerada "marginal", e, apesar de o C3 Aircross ter um controle de estabilidade que atende aos requisitos, não há alertas de cinto de segurança compatíveis com os padrões do Latin NCAP, nem outras assistências de segurança ativas.

Assim, o Citroën C3 Aircross obteve 33% de segurança para adultos, 11,4% para crianças, 49,6% para pedestres e apenas 35% nos sistemas de assistência à condução. O Latin NCAP afirmou que, mesmo que o SUV possuísse airbags laterais, a pontuação geral permaneceria inalterada, consolidando a classificação de zero estrelas.

A Stellantis, fabricante do modelo, foi contatada e declarou: "Reforçamos nosso compromisso com a Segurança Veicular, garantindo que todos os nossos modelos atendam a regulamentações vigentes. A segurança de um veículo é uma abordagem abrangente desde o desenvolvimento e vai além da simples adição de elementos de segurança. A plataforma CMP permite que o Aircross tenha uma carroceria robusta e uma proteção considerável ao habitáculo."

Diante deste cenário preocupante, consumidores e especialistas da indústria automobilística se perguntam: até quando as montadoras ignorarão a segurança em nome de designs mais atrativos e custos reduzidos? A adaptação e inovação são essenciais para garantir não apenas veículos que agradam no visual, mas que oferecem a segurança necessária para proteger vidas. Quer saber como essa situação impacta o mercado? Fique ligado para mais atualizações!