Um grupo de 16 clubes da Liga Brasileira de Futebol compartilhou uma nota de repúdio à declaração do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que comparou a possível falta de equipes brasileiras na Copa Libertadores a 'Tarzan sem Chita'. A única ausência notável na lista de signatários foi o Flamengo.

Esses clubes – incluindo Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Santos, e São Paulo – destacaram que a declaração de Domínguez evidencia um preconceito arraigado no futebol, reforçando estereótipos racistas e contribuindo para a desumanização de pessoas negras. A nota enfatiza a total insensibilidade do dirigente em relação a questões urgentes, como o combate ao racismo e a promoção da diversidade dentro do esporte.

Na última segunda-feira, antes do sorteio dos grupos da Libertadores, Domínguez foi questionado sobre um possível boicote dos clubes brasileiros à competição devido à crescente onda de racismo no futebol. Em resposta, sua comparação infeliz não só desrespeitou a seriedade da questão, mas também provocou indignação em meio às torcidas e aos clubes.

Os clubes manifestaram sua firme posição contra qualquer forma de discriminação, reafirmando o compromisso com a luta contra o racismo e a promoção de um ambiente mais inclusivo e respeitoso no futebol. 'Não aceitaremos calados nenhum tipo de discriminação, seja em campo, nas arquibancadas ou nas declarações de dirigentes', afirmaram no comunicado.

Essa declaração vem em um momento crítico, já que diversas manifestações contra o racismo têm sido vistas em jogos, com torcedores e jogadores exigindo mais ação por parte das autoridades. A proposta de um boicote já circula entre alguns atletas, que consideram que o ambiente do futebol precisa mudar radicalmente para uma verdadeira promoção da diversidade. A medida que os clubes se unem, a esperança é que medidas efetivas e a sensibilização possam realmente transformar o cenário do futebol brasileiro.