O Clube de Ciências do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, localizado em Toledo, fez história na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) 2025, um dos mais importantes eventos de ciência e tecnologia do Brasil. Com uma participação que ocorreu entre 24 e 28 de março no Inova USP, em São Paulo-SP, o clube trouxe dois projetos inovadores que conquistaram prêmios de destaque.

A coordenadora do clube, professora Dioneia Schauren, compartilhou sua alegria com os resultados. "Participamos da Febrace com dois projetos, um da aluna Fernanda Gracieli Gonçalves Jank e outro da Beatriz Ferreira dos Santos. O projeto da Fernanda ganhou o segundo lugar na disputadíssima categoria de Ciências Biológicas, que contou com mais de 50 trabalhos excelentes. Nossa alegria é indescritível com essa conquista", contou emocionada.

Mas as conquistas não pararam por aí! Fernanda também se destacou nos prêmios especiais, sendo avaliada pela renomada empresa Ajinomoto, que premiou as inovações mais promissoras. Com isso, ela se tornou uma das três vencedoras, recebendo o primeiro lugar no prêmio da Ajinomoto. Essa vitória assegurou a Fernanda uma credencial para representar seu projeto na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), um evento que ocorrerá entre 27 e 31 de outubro em Novo Hamburgo-RS, sendo considerada a maior feira de ciências da América Latina.

O projeto premiado de Fernanda aborda um tema crucial para a agricultura local – o cultivo de bananas. "Fernanda desenvolveu extratos vegetais a partir de plantas nativas que possuem o potencial de inibir o crescimento de um fungo denominado Colletotrichum Musae, conhecido por causar a podridão das bananas. Este fungo representa um grande desafio para os produtores, pois pode devastar uma colheita em questão de horas", explicou a professora Dioneia. A pesquisa tem como meta buscar alternativas naturais para o controle dessa doença, que atualmente é tratada unicamente com produtos agroquímicos.

Durante sua pesquisa, Fernanda testou 30 espécies diferentes de plantas, analisando como seus extratos podem inibir o crescimento do fungo em variadas concentrações. "Ela realizou um total de 120 testes, com cinco repetições de cada experimento, para garantir a precisão dos resultados. As descobertas foram impressionantes, com mais de 60% de inibição do crescimento do fungo", contou a professora. Além disso, ela aplicou os extratos nas bananas já colhidas para avaliar sua eficácia no controle da doença após a colheita, comparando os resultados com os produtos químicos atualmente em uso.

"Agora, o próximo passo é aprimorar ainda mais os extratos e explorar novas plantas que possam oferecer resultados ainda mais promissores. Estamos muito satisfeitos com os avanços feitos e já estamos pensando em novas ideias para as próximas feiras", afirmou Dioneia, que tem sido uma grande defensora da pesquisa científica no colégio.

"Esses jovens estão fazendo a diferença e colocando Toledo em evidência no cenário científico nacional. Estamos muito orgulhosos de todos eles", concluiu a professora Dioneia Schauren, ressaltando a importância da educação e da pesquisa no futuro dos estudantes e na comunidade.