Com Selic a 14,25%, é possível conseguir 1% ao mês livre de IR na renda fixa?
2025-03-27
Autor: João
Investir na renda fixa e ter seu dinheiro rendendo 1% ao mês é um objetivo que muitos investidores almejam, principalmente em tempos de Selic alta, que agora está em 14,25%. Essa taxa eleva as expectativas de rentabilidade, mas surge a dúvida: é viável alcançar essa rentabilidade, considerando a mordida do Imposto de Renda?
Especialistas analisam que, para que um investimento renda 1% ao mês de forma líquida, a taxa anual necessária para aplicações isentas (como LCIs, LCAs, CRIs e CRAs) deve ser de, pelo menos, 12,68% se a remuneração for prefixada. Para ativos pós-fixados, a taxa precisa ser de 89% do CDI, com a Selic em 14,25%.
Por outro lado, em relação aos investimentos não isentos, como os títulos do Tesouro Direto e CDBs, o cálculo se torna mais complicado devido à tabela regressiva do Imposto de Renda. O imposto varia de acordo com o tempo de investimento, podendo chegar a até 22,5% sobre o lucro em aplicações de até 180 dias e diminuindo progressivamente para 15% após 720 dias.
A matemática dos prefixados não isentos para garantir o 1% ao mês requer taxas anuais que podem variar entre 16,36% e 14,92%, dependendo do tempo de aplicação. Enquanto isso, para os pós-fixados, é necessário encontrar ativos que superem 105,4% do CDI, levando em consideração que as oscilações da Selic impactarão diretamente na rentabilidade.
A pergunta que não quer calar é: é possível, de fato, garantir 1% ao mês líquido após IR? José Cassiolato, sócio da RGW Investimentos, acredita que sim. Com uma carteira bem estruturada, com baixo risco de crédito e de mercado, além de alguma liquidez, é possível alcançar essa rentabilidade. O desafio, no entanto, é diversificar as aplicações, como destacam outros especialistas, para minimizar riscos e otimizar ganhos.
De acordo com Lucas Sigu, um dos aspectos mais importantes é garantir que o investidor não se foque apenas na rentabilidade, mas que alinhe suas escolhas às suas necessidades de segurança e liquidez. O Tesouro Prefixado pode ser uma alternativa com rentabilidades entre 14,91% e 15,13%, mas garante os 1% ao mês apenas para quem aguenta a aplicação por no mínimo dois anos.
Entretanto, com a Selic em alta, quem precisar resgatar antes do prazo fixo corre o risco de sofrer perdas, devido à marcação a mercado. Já o Tesouro Selic, sendo considerado o investimento mais seguro do país, ainda está bastante distante de permitir esse rendimento desejado.
Braian Largura define que, para atingir o tão sonhado 1% líquido ao mês, as melhores opções estão nos ativos bancários isentos de IR, como LCIs e LCAs, além de CDBs. Para investidores com um apetite maior para risco, os CRIs e CRAs podem também ser viáveis, embora com maior cautela necessária para evitar surpresas indesejadas.
Além disso, Largura e outros investidores experientes também mencionam os fundos de crédito e FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) como alternativas promissoras para aqueles que buscam rentabilidades atrativas. O cenário atual é favorável, mas exige planejamento e conhecimento do mercado. Portanto, mantenha-se informado e reveja suas estratégias para tentar garantir rentabilidades significativas nesse ambiente desafiador.