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Como a China, uma potência que ignora direitos humanos, se tornou o maior rival dos EUA

2025-03-23

Autor: Maria

Nos últimos anos, a China tornou-se um gigante econômico e tecnológico, desafiando a supremacia dos Estados Unidos. Este crescimento vertiginoso se baseia em um modelo de desenvolvimento que envolve forte intervenção estatal, massivos investimentos e um controle político rigoroso.

A transformação chinesa tem provocado não apenas uma rivalidade econômica, mas também questões globais complexas, como a guerra comercial com os EUA e intensos debates sobre as condições de trabalho. Além disso, a repressão a vozes dissidentes e as denúncias de trabalho forçado levantam sérias preocupações sobre os custos humanos associados ao que muitos chamam de "milagre econômico chinês".

O fenômeno do crescimento chinês

Nos últimos 45 anos, a China vive um crescimento econômico incomparável, que é mais do que uma simples aceleração; é uma completa transformação estrutural. Especialistas como Isabela Nogueira, do Instituto de Economia da UFRJ, observam que isso não é apenas um crescimento econômico, mas também um desenvolvimento social, com taxas elevadas de crescimento desde 1978, redução da pobreza e transformação industrial.

O que diferencia a China de outros países que cresceram por meio de exportações é sua estratégia de "capitalismo de Estado", onde o governo tem um papel central em moldar o crescimento econômico, oferecendo incentivos e implementando políticas de longo prazo. O modelo chinês desponta com políticas industriais robustas e um sistema financeiro controlado rigorosamente pelo Estado, evitando a financeirização desenfreada e canalizando recursos para inovação e tecnologia.

Embora as exportações ainda desempenhem um papel importante, o motor do crescimento chinês tem sido predominantemente os investimentos internos.

Enfrentando novos desafios

Um dos principais desafios atuais para a China é sua transição para um modelo de crescimento mais centrado no consumo interno. A falta de um estado de bem-estar social robusto impede que as famílias gastem livremente, levando a uma cultura de poupança excessiva em vez de consumo.

Guerra comercial e suas implicações

A guerra comercial com os EUA trouxe dificuldades adicionais para a economia chinesa, mas a China tem-se utilizado da inovação e da tecnologia para diminuir ainda mais a dependência externa. Isabela destaca que mesmo enfrentando desafios, a China atravessou a crise sem perder sua trajetória de crescimento, adaptando-se rapidamente às tensões geopolíticas.

Violação de direitos humanos

É necessário, entretanto, abordar as críticas internacionais ao modelo chinês, especialmente no que tange aos direitos dos trabalhadores. Organizações como a Human Rights Watch alertam que na China, os direitos trabalhistas são praticamente inexistentes, com sindicatos controlados pelo governo e nenhuma capacidade de negociação coletiva. O sistema de vigilância estatal torna a contestação a essas regras extremamente perigosa, resultando em salários baixos que favorecem a competitividade das empresas chinesas.

Um dos casos alarmantes é o modelo de trabalho 996, onde os funcionários trabalham das 9h às 21h, seis dias por semana, defendido por empresários proeminentes como Jack Ma, mas que traz sérios problemas de saúde e bem-estar.

Além disso, trabalhadores dessa cultura de exploração incluem minorias, como os uigures, que enfrentam práticas de trabalho forçado após serem liberados de campos de detenção. Em uma nova denúncia, também surgem relatos de trabalho forçado de norte-coreanos na China, onde protestos por salários foram reprimidos de forma violenta.

A resistência da China às críticas

O governo chinês nega todas as acusações de violação de direitos humanos, justificando suas ações em nome da luta contra o extremismo e defendendo que as políticas são voltadas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Apesar disso, muitos especialistas acreditam que a pressão internacional pode ser uma ferramenta eficaz para provocar mudanças no comportamento do regime de Pequim.

Conclusão

Você se perguntou até onde a China irá em sua busca por poder econômico? A ascensão da China não é apenas uma questão de crescimento, mas também uma janela crítica para entender como violações de direitos humanos e políticas de controle estatal moldam o futuro do mundo.