Saúde

Como a Obesidade Eleva o Risco de Diversos Tipos de Câncer

2024-11-28

Autor: Carolina

Estudos recentes revelam uma ligação alarmante entre a obesidade e o aumento do risco de câncer. Para as mulheres, esse risco se intensifica após a menopausa, quando há uma queda nos níveis de estrogênio. Isso resulta em uma alteração na distribuição da gordura corporal, que se acumula principalmente na região abdominal, elevando consideravelmente o risco de desenvolver tumores.

Intrigantemente, embora os homens tendam a acumular mais gordura na cintura desde jovem, o número de casos de câncer relacionado à obesidade é maior entre eles, apesar de representarem apenas um quarto dos diagnósticos de câncer em geral.

Mas que tipos de câncer estão associados à obesidade e quão significativos são esses riscos? Em termos médicos, a comparação é feita entre indivíduos com obesidade e aqueles com peso normal — definidos como aqueles com circunferência abdominal de até 94 centímetros para homens e 80 centímetros para mulheres. Veja os dados:

- **Câncer de endométrio:** 7,1 vezes mais chances, sendo este o mais influenciado pelo excesso de gordura. Aproximadamente 50% dos casos estão relacionados à obesidade.

- **Câncer de esôfago:** 4,8 vezes.

- **Câncer de estômago:** 1,8 vez.

- **Câncer de fígado:** 1,8 vez (pode ser maior que isso).

- **Câncer de rim:** 1,8 vez.

- **Câncer de pâncreas:** 1,5 vez.

- **Meningioma:** 1,5 vez.

- **Mieloma múltiplo:** 1,5 vez.

- **Câncer intestinal:** 1,3 vez.

- **Câncer de mama:** 1,1 vez.

- **Câncer de ovário:** 1,1 vez.

- **Câncer de tireoide:** 1,1 vez.

Então, por que a obesidade está ligada a um aumento no risco de câncer? O endocrinologista Fernando Gerchman, da UFRGS, atribui esse fenômeno, em parte, à resistência à insulina, que é comum em pessoas obesas. A resiliência aumenta a quantidade de insulina no organismo, o que, por sua vez, estimula um crescimento celular excessivo e promove a divisão celular.

Além dos fatores hormonais, a pressão mecânica causada pelo acúmulo de gordura na região abdominal também impacta o risco. Essa pressão pode afetar a motilidade dos órgãos digestivos, levando a problemas como o refluxo esofágico, que aumenta a possibilidade de desenvolvimento de câncer esofágico devido à irritação contínua da mucosa.

Outro ponto de destaque é como a gordura se localiza em partes inadequadas do corpo, como no pâncreas e fígado, o que pode causar inflamações e cicatrizes, levando a doenças graves, incluindo câncer.

Hormônios sexuais também desempenham um papel crucial. Níveis desequilibrados aumentam o risco de cânceres hormonais, como os de mama e ovário, evidenciado no desenvolvimento de câncer do endométrio entre mulheres obesas.

Um questionamento comum é: "Se uma pessoa com obesidade emagrecer, o risco de desenvolver câncer diminui?" O professor Gerchman sugere que sim, mas isso não acontece instantaneamente. Estudos indicam que a redução significativa do risco de câncer pode levar anos após a perda de peso, o que é um lembrete da importância da manutenção de um peso saudável ao longo da vida.

Em conclusão, o que pode se tornar um ciclo vicioso é a necessidade de prevenção. O tratamento da obesidade é uma estratégia a longo prazo não só para a saúde geral, mas também para minimizar o risco de câncer. Evitar a obesidade desde o início é, sem dúvida, a melhor abordagem para reduzir os riscos associados a essas doenças severas.