Enquanto o Botafogo se movimenta nos bastidores para anunciar um novo técnico e os primeiros reforços da janela de transferências do futebol brasileiro, o mercado francês está agitando os primeiros dias do alvinegro em 2025. Desde o dia 1º de janeiro, a janela de transferências se torna um momento decisivo para o Lyon, que também faz parte da Eagle Holding, rede multiclubes de John Textor, impactando diretamente o clube carioca.

Uma das movimentações iniciais do Lyon foi negociar três atletas. O atacante Jeffinho, que estava emprestado ao Botafogo no ano passado, foi recomprado pelo clube por 5,3 milhões de euros (aproximadamente R$ 33,4 milhões). Outro destaque, Orban, foi vendido para o Hoffenheim da Alemanha em uma transação que pode totalizar 12 milhões de euros, enquanto o goleiro Lopes se transferiu para o Nantes sem custos, ajudando a aliviar a folha salarial do Lyon.

Essas movimentações são cruciais para o Lyon, que enfrenta restrições financeiras severas. Proibido de realizar contratações nesta janela pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG) da Liga de Futebol Profissional da França, o clube se vê à beira do rebaixamento devido a problemas financeiros reportados pelo órgão regulador.

Durante esta temporada, a DNCG solicitou garantias financeiras ao Lyon de pelo menos 100 milhões de euros. Apesar de John Textor ter apresentado um plano afirmando que conseguiria o valor, a proposta não foi aceita. A situação é ainda mais alarmante quando se considera que a Eagle Holding registrou um déficit de 25,7 milhões de euros na última temporada, e a dívida de Textor soma impressionantes 500 milhões de euros (mais de R$ 3 bilhões).

O Botafogo, por outro lado, conseguiu arrecadar pouco mais de R$ 261 milhões (cerca de 41 milhões de euros) com as premiações dos títulos da Libertadores e do Brasileirão, o que pode ser fundamental para ajudar o Lyon em suas dificuldades financeiras. Como parte da rede multiclubes, é possível que uma fração desses recursos seja repassada ao Lyon, que já financiou contratações do Botafogo em janelas anteriores.

No aspecto esportivo, o Botafogo pode contribuir com o Lyon ao considerar a transferência de dois jogadores em destaque em 2024, Thiago Almada e Luiz Henrique, que expressaram interesse em se juntar à equipe do técnico Pierre Sage durante esta janela. Apesar da proibição do Lyon de contratar jogadores devido ao transfer ban, há possibilidade de acordos de empréstimo que estão sendo discutidos, com os atletas demonstrando clara disposição para jogar na França a partir de janeiro.

— Acho que me pronunciarei sobre isso a partir do momento em que se tornar oficial. Hoje, nem sabemos se estamos em fase de oficialização — comentou Sage em coletiva.

Além disso, o zagueiro Adryelson, que já foi emprestado ao Botafogo, está integrado ao plantel do Lyon e participou dos treinos com a equipe principal recentemente.

Entretanto, a diretoria do Lyon enfrenta o desafio do limite de vagas para jogadores estrangeiros que não possuem passaporte de países da União Europeia. Atualmente, o Lyon possui os brasileiros Abner e Adryelson, o inglês Maitland-Niles e o americano Tessmann, totalizando quatro atletas, que é o limite permitido na França. Para viabilizar a contratação de Almada e Luiz Henrique, o clube precisaria negociar pelo menos um dos atuais jogadores não europeus.

A permanência de Adryelson é incerta, visto que seus empresários estão analisando oportunidades no mercado. Além disso, há a possibilidade de Luiz Henrique ficar no Botafogo até a Copa do Mundo de Clubes em junho, ou então ser transferido para outro clube europeu, com o Botafogo aguardando propostas que superem os 30 milhões de euros (cerca de R$ 190 milhões). Até o momento, nada foi decidido e o enredo promete novas reviravoltas!