O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, fez declarações alarmantes sobre a situação das favelas na cidade, durante uma operação que começou na manhã desta segunda-feira na Maré, na Zona Norte. Ele afirmou que "todos os grandes complexos do Rio de Janeiro viraram verdadeiros bunkers de criminosos" e destacou a determinação do governador Cláudio Castro em combater essa conduta. Santos garantiu que a polícia atuará "onde quer que seja" para enfrentar a criminalidade.

A operação na Maré contou com o empenho das polícias Civil e Militar e visou o combate ao roubo de cargas e veículos. Durante a ação, dois homens foram mortos em confrontos e sete outros foram detidos. Os episódios de violência resultaram em interdições intermitentes nas principais vias expressas da capital, como a Linha Vermelha, a Linha Amarela e a Avenida Brasil. Um carro, incendiado na Avenida Governador Carlos Lacerda, perto do Fundão, exemplificou a violência da situação.

Victor Santos também enfatizou que os criminosos estão saindo de suas comunidades para aterrorizarem a população carioca: "A polícia não irá parar. Tivemos operações na semana passada, e elas vão continuar esta semana. O nosso intuito é realizar uma operação permanente para reprimir crimes, especialmente aqueles que prejudicam o patrimônio dos cidadãos", afirmou.

Sobre os transtornos causados nas vias expressas durante a operação, onde motoristas se jogaram ao chão para se proteger dos tiros, o secretário considerou a situação "lamentável", mas necessária: "É um transtorno para a vida do cidadão, mas é um procedimento essencial. Os policiais são treinados para interromper temporariamente essas vias a fim de salvar vidas. Não queremos a população em situação de risco no meio de um tiroteio. Agimos assim para proteger aqueles que apenas estão indo para casa ou para o trabalho".

Até o início da tarde, os policiais descobriram na Maré estruturas dedicadas à clonagem de veículos, incluindo carros de luxo que eram enviados para outros estados. "Os roubos de veículos, principalmente de modelos caros, como SUVs, têm aumentado. Esses carros são levados para as comunidades, onde as placas são trocadas e clonadas com documentos de outros estados, sendo depois enviados, em sua maioria, para o Nordeste", explicou Santos.

O secretário também quis frisar que os veículos roubados não estão restritos apenas à Maré, indicando que outras favelas também serão alvo de operações policiais: "Os criminosos precisam entender que o monopólio da força é do Estado. Atuaremos em todas as comunidades para reprimir esse tipo de crime e, claro, recuperar os veículos roubados". Isso gera uma expectativa de ações mais rigorosas e sistemáticas da polícia nas favelas, um cenário que preocupa e mobiliza a opinião pública no estado.