Tecnologia

'Comprei gerador para manter meu pai vivo' - A luta por energia em tempos de crise

2024-10-15

Autor: Ana

Renata Saffioti, preocupada com a saúde de seu pai de 68 anos, decidiu comprar um gerador para garantir que ele pudesse sobreviver durante um apagão. Seu pai sofre de síndrome de Guillain-Barré, uma condição rara que requer o uso de um respirador mecânico, dependente de energia elétrica. No entanto, mesmo após essa aquisição, a Enel enviou um técnico que, em vez de reativar a energia, estava lá apenas para medir o consumo.

"Assim que a luz acabou na sexta-feira passada, [dia 11], entramos em contato com a Enel e eles prometeram que a energia voltaria à meia-noite, mas isso nunca aconteceu", comentou Renata, em entrevista ao UOL News.

Durante a visita do técnico da Enel, Renata explicou que a energia ainda estava cortada, mas a situação não chamou a atenção necessária para que fossem tomadas providências imediatas. "Ele foi educado, mas a prioridade deveria ser restabelecer a energia, não medir o consumo em meio ao apagão", desabafou.

Desesperada, a família de Renata comprou um pequeno gerador, que custou cerca de mil reais. Esta solução emergencial foi necessária para conseguir manter o respirador ligado. "Fomos levados a isso por um instinto de sobrevivência. O que faríamos se a luz não voltasse? Era uma questão de vida ou morte", disse.

Além do investimento no gerador, a família teve que arcar com os custos da gasolina para mantê-lo funcionando até que a energia fosse restaurada, o que gerou um impacto financeiro significativo. "Ele perdeu dias de fisioterapia porque não conseguimos realizar a eletroestimulação muscular. Isso foi um grande prejuízo, além das despesas com medicamentos", relatou Renata.

Esse caso traz à tona a fragilidade dos serviços de energia no Brasil e como a falta de suporte adequado pode impactar diretamente a saúde e a vida das pessoas, especialmente aquelas que dependem de aparelhos eletrônicos para sobreviver. É uma situação que muitos brasileiros enfrentam, e que chama a atenção para a necessidade urgente de melhorias na infraestrutura elétrica do país. Afinal, quantas vidas mais precisam ser sacrificadas para que as empresas de energia cumpram suas promessas?

A história de Renata não é apenas a luta de uma filha por seu pai, mas um grito por justiça e pelo direito à vida, mesmo em meio à escuridão.