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Conflito Israel x Hamas: O Novo Mapa do Oriente Médio e Suas Implicações

2024-10-15

Autor: Carolina

O Novo Mapa do Oriente Médio: O Que Israel Está Planejando?

O cenário do Oriente Médio está se transformando drasticamente, especialmente com o recente conflito entre Israel e Hamas. Gaza ao sul, Cisjordânia a leste e Líbano ao norte estão no centro da batalha. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, juntamente com seus apoiadores, acredita que a possibilidade de moldar um novo mapa político na região é mais realista do que nunca.

Especialistas alertam que o verdadeiro alvo pode ser o próprio mapa de Israel. A ofensiva israelense em Gaza, iniciada após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, já deslocou cerca de 90% da população de 2,2 milhões de habitantes de Gaza, enquanto o número de mortos se aproxima de 42 mil, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Por outro lado, na Cisjordânia, Netanyahu autorizou a maior apreensão de terras palestinas em três décadas, permitindo que colonos judeus extremistas tomassem violentamente as terras da região. Essa estratégia é vista como parte de um movimento para estabelecer um domínio total sobre a área.

No sul do Líbano, Israel enviou cerca de 15 mil soldados e forçou a evacuação de múltiplas aldeias, abrangendo aproximadamente 25% do território libanês. Essa competição por território levanta preocupações sobre a intenção israelense de expandir suas fronteiras, ao mesmo tempo em que diminui a viabilidade de um futuro Estado Palestino.

Roxane Farmanfarmaian, professora de Política Internacional no Oriente Médio, sugere que Israel está tentando estabelecer um controle ainda maior sobre a região. Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Netanyahu apresentou mapas que omitiam os territórios palestinos, levantando críticas sobre a falta de reconhecimento da realidade no campo de batalha.

Os movimentos do governo de Netanyahu têm apoio de figuras radicais que defendem um Israel maior. Itamar Ben-Gvir, por exemplo, afirmou publicamente que a solução para Gaza é ocupar todo o território e encorajar a migração de palestinos. As declarações de Ben-Gvir e outros membros do governo refletem uma postura expansionista que ignora as implicações para a população palestina.

Com a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia acelerando-se, a situação leva a um novo aumento de violência contra os palestinos e uma pressão crescente para a resolução do conflito. A Internacional de Direitos Humanos classifica esses assentamentos como ilegais, refletindo a luta contínua pela terra.

Os desafios são igualmente presentes no norte, onde o Hezbollah é considerado um dos maiores adversários de Israel. Após a recente escalada de hostilidades, o exército israelense iniciou uma invasão em resposta a ataques transfronteiriços, o que levantou preocupações sobre potenciais consequências regionais.

Embora o Irã seja visto como a maior ameaça, as tensões entre Israel e o regime iraniano aumentaram após diversos incidentes militares. A possibilidade de que o Irã reaja de forma mais agressiva a um ataque, coloca Israel numa posição delicada e potencialmente explosiva.

Os Estados Unidos, aliados de Israel, estão monitorando a situação de perto, cientes de que qualquer escalada pode arrastá-los para um conflito maior; a administração Biden já estabeleceu limites para a atuação israelense, enfatizando que certos alvos não devem ser perseguidos.

Assim, o que vemos é um jogo complexo e perigoso, onde o objetivo de Netanyahu e de sua coalizão pode não ser apenas um novo mapa do Oriente Médio, mas também um rearranjo significativo dos destinos palestinos, levando a uma nova era de tensões que pode perdurar por muito tempo.