Conib Desdenha Bolsonaro e Se Volta a Novos Líderes de Direita
2024-11-24
Autor: Gabriel
Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), criticou as posturas do Brasil na guerra entre Israel e Palestina na recente reunião que contou com a presença de diversos governadores e líderes de direita. Sem mencionar o presidente Lula (PT), Lottenberg revelou que não convidou o atual mandatário, mas destacou que o 'futuro presidente do Brasil' estaria presente e ganhou muitos aplausos do público.
Durante o evento, ele disse: "Eu não convidei o atual presidente, mas o futuro presidente do Brasil está nessa sala". Esta declaração trouxe ânimo aos presentes, refletindo um movimento estratégico da Conib em alinhar-se a figuras que possam ter influência política no futuro.
Governadores como Claudio Castro, Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado discursaram, e nenhum deles fez menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sob investigação federal e é considerado inelegível até 2030. Mendonça, indicado ao STF por Bolsonaro, e os outros governadores, aliados do ex-presidente, evitaram mencionar sua administração, deixando claro que estão se distanciando de sua figura.
Ronaldo Caiado foi o único a comentar sobre Bolsonaro, desdenhando a importância do indiciamento, e afirmando: "E daí? Só tenho uma certeza: eu serei candidato". Já Castro e Mendonça preferiram focar nas questões relacionadas ao conflito do Oriente Médio, caracterizando-o como uma luta entre o bem e o mal.
No entanto, o discurso de Tarcísio foi o mais aguardado da noite. O governador criticou o ataque do Hamas de 2023, afirmando que foi "orquestrado por quem prega o ódio e terror", e enfatizou a necessidade de distinguir os lados dessa narrativa. Ele foi aplaudido em pé por sua defesa de uma postura clara em relação ao conflito.
Tarcísio, que já havia defendido Bolsonaro em outros momentos, descreveu o indiciamento como uma "narrativa" desprovida de provas. "É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa", publicou em seu perfil na rede social X (ex-Twitter). Caiado, por sua vez, chamou as investigações de "factoides", expressando cansaço em relação ao rótulo de extrema direita.
À parte disso, a deputada Carla Zambelli também tentou minimizar a situação, alegando que indiciamento não significa culpabilidade, referindo-se a suas próprias experiências em investigações que resultaram em sua inocência. Essa postura sugere um esforço conjunto para blindar Bolsonaro, enquanto se observa um certo aturdimento entre os aliados do ex-presidente, que tentam realinhar suas forças políticas em meio às novas dinâmicas políticas que emergem nos próximos ciclos eleitorais.