Saúde

Controvérsia nas Novas Diretrizes do CFM: Médicos e Especialistas Reagem à Transição de Gênero em Crianças

2025-04-15

Autor: Maria

Investigação Sobre as Novas Regras do CFM

Na tarde desta segunda-feira, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou a abertura de um procedimento para investigar a legalidade das novas diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM) relacionadas à transição de gênero em crianças. Essas regras ainda não foram publicadas oficialmente, mas já geram polêmica.

Influências Estrangeiras nas Novas Normas

Segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo, as novas diretrizes são inspiradas em regulamentações do Reino Unido, que implementou mudanças semelhantes em seu código de conduta médica. A resolução britânica afirma que muitos jovens com disforia de gênero se conectam com seu 'sexo biológico' ao atingir a puberdade, mas essa afirmação é contestada por muitos especialistas.

Dados Afiados em Debate

A validade das conclusões britânicas é alvo de críticas. Saulo Vito Ciasca, psiquiatra do Núcleo Trans da Unifesp, refuta a noção de um aumento significativo de destransições entre os jovens que passam por terapia hormonal, destacando que, em mais de uma década de experiência, apenas um caso de destransição foi registrado em seu atendimento.

Preocupações com a Saúde Mental

Ciasca expressa preocupação com o impacto das novas regras na saúde mental dos jovens. "Essas crianças frequentemente chegam ao serviço de saúde sofrendo de ansiedade e até com risco de suicídio, pois buscam a validação de sua identidade de gênero. A nova resolução pode agravar essa situação", alerta.

Protocolos de Atendimento Estritos

Contrariamente ao que muitos pensam, o processo para iniciar uma terapia hormonal não é simples. Envolve acompanhamento prolongado e a avaliação por equipes multidisciplinares de médicos. Existe ainda um esforço para assegurar que os pais dos jovens participem das decisões sobre o tratamento.

O Receio da Automedicação

Ciasca adverte que a nova diretriz pode incentivar a automedicação entre adolescentes, já que muitos podem optar por iniciar terapia hormonal sem supervisão médica.

Um Retrocesso Perigoso

Thamirys Nunes, presidente da ONG Minha Criança Trans, definiu as novas regras como um retrocesso, ressaltando que a proibição do bloqueio puberal pode causar grande sofrimento às crianças em acompanhamento.

Apostas na Justiça

Bruna Andrade, advogada especializada em direitos LGBTQIA+, planeja contestar as novas diretrizes no Judiciário, enfatizando a necessidade de assegurar que crianças trans tenham acesso a cuidados de saúde adequados e apropriados.

Um Futuro Incerto para as Crianças Trans

À medida que as discussões sobre essas novas regras se intensificam, o futuro das crianças trans que dependem de apoio e tratamento adequados está em jogo. A comunidade médica e defensores dos direitos LGBTQIA+ continuam a se mobilizar para garantir que os melhores interesses das crianças sejam sempre priorizados.