Nação

Coordenador do Dsei é demitido após escândalo de assédio sexual: revelações chocantes!

2024-10-02

O Ministro da Saúde tomou uma decisão drástica e exonerou o coordenador do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Médio Rio Purus, Antôniocícero Santana da Silva Apurinã, após graves denúncias de assédio sexual feitas por servidoras. A unidade do Dsei está localizada em Lábrea, uma cidade no coração da Amazônia.

A exoneração foi oficializada em 11 de setembro, após relatos de pelo menos quatro funcionárias que se sentiram assediadas. Além das acusações de assédio sexual, surgiram também denúncias de assédio moral que envolvem tanto homens quanto mulheres dentro da instituição.

As denúncias não ficaram restritas ao Ministério da Saúde; foram encaminhadas ao Ministério Público Federal nos estados de Rondônia e Amazonas, além de serem comunicadas à Polícia Federal e à Polícia Civil. A PF em Rondônia já iniciou uma investigação, colhendo depoimentos que indicam um padrão preocupante de conduta no Dsei.

Este caso é apenas mais um em uma série de acusações de assédio sexual que têm manchado a reputação do governo Lula (PT). Recentemente, Silvio Almeida foi demitido do Ministério dos Direitos Humanos após acusações similares feitas pela organização Me Too Brasil.

Antônio Cícero Apurinã, segundo as denúncias, teria abordado servidoras com propostas sexuais. As funcionárias que não cederam a esses avanços enfrentaram represálias, incluindo transferências para áreas remotas na região amazônica, e em casos extremos, até demissões.

Desde sexta-feira (27), o ex-coordenador não foi encontrado pela imprensa, que tentou contato por telefone e mensagem. O Ministério da Saúde, por meio de nota, garantiu que o Dsei colaborará plenamente com as autoridades durante as investigações que se seguem.

Muitas vítimas relataram seus casos à Folha sob a condição de anonimato, temendo por suas segurança e possíveis represálias. Uma delas compartilhou que, durante viagens de trabalho, o coordenador exibia um comportamento inapropriado, frequentemente a isolando em uma área privativa do barco onde todos os servidores dormiam em redes.

Ela descreveu episódios de toques invasivos, além de promessas de promoções em troca de favores. Mesmo com a rejeição, o coordenador não hesitou em mencionar a outros indígenas que supostamente ainda mantinha relações sexuais com a servidora, fato que a deixou traumatizada e resultou em sua demissão e em tratamento psicológico.

O Dsei Meio Rio Purus conta com um grande número de funcionários terceirizados, uma situação que, conforme indicado nos relatos, cria um ambiente de vulnerabilidade que pode facilitar práticas de assédio e abuso de poder. Isso gera um clima de medo entre os colaboradores, que se sentem ameaçados em suas posições.

A Folha ouviu histórias de múltiplas vítimas, incluindo uma jovem que buscava uma oportunidade de trabalho no Dsei. O que parecia ser uma proposta legítima para uma vaga de emprego transformou-se em uma série de tentativas de assédio, durante quase dois meses. O coordenador a pressionava para ser paciente, ao mesmo tempo que enviava mensagens sugestivas e a convidava para comparecer ao Dsei fora do horário de expediente.

O distrito, que serve aproximadamente 12.357 indígenas em 128 aldeias, é essencial para a saúde das comunidades locais, e a corrupção de sua liderança pode ter consequências devastadoras para a população atendida.

Após as denúncias, as investigações agora estarão sob a responsabilidade da Polícia Federal, que deverá esclarecer esses issus graves. Contudo, até o momento, nem a PF em Rondônia, nem a Polícia Civil do Amazonas comentaram sobre os casos em andamento, e o Ministério Público Federal permanece em silêncio.