Ciência

COP29: Calor Extremo e Poluição Colocam Nossa Saúde em Risco

2024-11-09

Autor: Maria

O calor extremo, os fenômenos meteorológicos incontroláveis e a poluição estão se tornando uma ameaça crescente à saúde da população mundial devido às mudanças climáticas, alertam especialistas. A Conferência do Clima da ONU, COP29, começa nesta segunda-feira em Baku e tudo indica que 2024 será o ano mais quente já registrado, com os níveis de emissões de combustíveis fósseis continuando a aumentar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que "as mudanças climáticas estão nos deixando doentes e a ação imediata é uma questão de vida ou morte".

O monitor climático da União Europeia anunciou que é "virtualmente certo" que 2024 superará 2023, estabelecendo um novo recorde de temperatura. O ano é projetado para ser o primeiro a ultrapassar em 1,5ºC a média de temperatura pré-industrial registradas entre 1850 e 1900. O projeto internacional Lancet Countdown listou 15 formas em que as mudanças climáticas impactam a saúde, sendo que 10 delas alcançaram níveis alarmantes.

Adicionalmente, mudanças climáticas aumentaram em 35 vezes a probabilidade de ondas de calor na América do Norte e Central. Este ano já se revelou o mais quente de todos, e grandes áreas do mundo estão enfrentando temperaturas insuportáveis antes mesmo do início do verão no Hemisfério Norte.

O número de falecimentos de pessoas acima de 65 anos devido ao calor disparou 167% desde a década de 1990. Os riscos da temperatura alta incluem doenças renais, acidentes vasculares cerebrais, complicações durante a gravidez, doenças cardiovasculares e respiratórias, falência de órgãos e até morte.

Durante este ano, o calor extremo levou a 700 mortes e mais de 40 mil casos de insolação na Índia. Na Nigéria, chuvas agravadas by o clima causaram o colapso de uma barragem, levando à morte de 320 pessoas. Nos Estados Unidos, 48 dos 50 estados experimentaram secas severas.

A Espanha ainda se recupera da inundação mais mortal em uma geração, enquanto partes dos EUA e Cuba estão lidando com os danos causados por furacões devastadores. Além disso, secas, inundações e outros fenômenos climáticos extremos ameaçam a agricultura global, potencializando a fome em diversas regiões.

A poluição do ar é outro fator alarmante, com 99% da população mundial respirando ar poluído além dos níveis seguros recomendados pela OMS. Essa poluição não apenas aumenta o risco de doenças respiratórias, mas também está comparada à devastação do tabaco em termos de mortalidade. É estimado que quase sete milhões de mortes prematuras por ano estão ligadas à poluição do ar, e em Lahore, Paquistão, os níveis de poluição atingiram 40 vezes o limite considerado seguro.

Além disso, a mudança climática está afetando a disseminação de doenças infecciosas, já que mosquitos, aves e mamíferos migram de seus habitats naturais, aumentando o risco da proliferação de doenças como dengue, chikungunya, zika, e malária. O risco de transmissão da dengue, por exemplo, cresceu 43% nos últimos 60 anos, e em 2022, um recorde global de mais de cinco milhões de casos de dengue foi registrado.

Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, atletas e espectadores também podem ter que enfrentar os desafios das altas temperaturas. Seja nas arenas esportivas ou em casa, a crise climática continua a exigir atenção urgente e ações concretas. Preparem-se, pois o clima extremo está apenas começando a mostrar seu verdadeiro impacto!