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COP29 Fecha Acordo Bilionário de US$ 300 Bi para Combater Mudanças Climáticas: O Que Isso Significa para o Futuro?

2024-11-24

Autor: Maria

Após negociações intensas e desafiadoras no Azerbaijão, quase 200 países concordaram em triplicar o financiamento global para ajudar as nações em desenvolvimento a enfrentar os impactos devastadores da mudança climática, com um acordo que prevê a destinação de impressionantes US$ 300 bilhões anualmente até 2035.

Esse acordo, alcançado ao final da COP29, é um marco significativo, mas muitos especialistas e ativistas ambientais expressam preocupação, considerando-o insuficiente para lidar com a gravidade da situação climática. O alerta é claro: o aumento da temperatura global está prestes a atingir 1,5°C, um limite crucial para evitar consequências ainda mais catastróficas.

Juan Carlos Monterrey-Gomez, representante do Panamá, destacou a necessidade de manter o sistema multilateral ativo e funcional. “Conseguimos evitar o colapso do sistema, mas é inegável que o objetivo de limitar o aquecimento a 1,5°C está praticamente fora de alcance”, disse ele.

Os países desenvolvidos se comprometeram a garantir um mínimo de US$ 300 bilhões através de várias fontes de financiamento, incluindo recursos públicos, bilaterais e multilaterais. Além disso, o acordo inclui o objetivo de liberar até US$ 1,3 trilhões por ano, com uma porção significativa esperada do setor privado.

As negociações, no entanto, foram tudo menos simples. Países em desenvolvimento e ricos entraram em discussões com visões bastante divergentes. Em um momento crítico, as conversas quase colapsaram, mas esforços intensivos em reuniões privadas resultaram em um acordo, embora muitos considerem um compromisso decepcionante.

Entre os obstáculos, estavam questões internas enfrentadas por países ricos, como inflação e a necessidade de orçamentos mais restritos, além do clima político volátil globalmente, exacerbado pela potencial reeleição de Donald Trump e a ameaça de os Estados Unidos se retirarem do Acordo de Paris.

No final, os países ricos concordaram em aumentar seu compromisso de US$ 50 bilhões em um rascunho anterior, mas a inclusão de qualquer menção específica aos combustíveis fósseis enfrentou resistência, principalmente da Arábia Saudita, que liderou um bloco de nações árabes.

O financiamento prometido ainda é considerado abaixo das necessidades estimadas por nações vulneráveis que clamam por trilhões de dólares para protegerem suas economias. Em vez de empréstimos, muitos países desejam receber mais subsídios e apoios financeiros diretos, já que empréstimos no mercado podem agravar suas dívidas.

A Índia, por exemplo, manifestou sua insatisfação durante as discussões, com representantes afirmando que o acordo não atendeu às expectativas necessárias para enfrentar a magnitude da crise climática. “O objetivo é muito pouco e muito distante”, destacou Chandni Raina, em meio a aplausos de apoio.

Ainda assim, alguns especialistas defendem que, apesar das dificuldades, a COP ainda representa a melhor plataforma para coordenar a ação global necessária para combater as mudanças climáticas. Laurence Tubiana, figura central no Acordo de Paris, reforçou que, apesar de todos os desafios, o multilateralismo continua sendo vital na luta contra a crise climática.

O novo acordo agora definirá as diretrizes para os compromissos dos países na redução das emissões de gases de efeito estufa até 2035 e moldará as próximas negoações climáticas previstas para acontecer no Brasil. A exigência por ações mais ambiciosas e equilibradas será essencial, e o mundo observa ansiosamente os próximos passos que cada nação tomará nesse caminho crítico.