Ciência

COP30 em Belém: A Conferência que Pode Mudar o Futuro do Planeta

2024-11-26

Autor: Fernanda

A COP30, prevista para ser realizada em Belém no próximo ano, está se preparando para ser a conferência climática mais desafiadora e significativa de todas. Após a COP29, que ficou marcada como a "COP financeira", a urgência das ações climáticas não poderia ser mais clara. A discussão girou em torno da nova meta quantificada global de financiamentos (NCQG), essencial para que os países em desenvolvimento possam investir em adaptação às mudanças climáticas, mitigação e transição para energias limpas. Para termos um planeta saudável, a meta de financiamento necessária gira em torno de US$ 1,3 trilhão anualmente, uma quantia subestimada diante da gravidade da emergência climática que enfrentamos.

É alarmante saber que os países desenvolvidos se comprometeram a destinar apenas US$ 300 bilhões por ano entre 2026 e 2035, um valor insuficiente para enfrentar a realidade crítica do aquecimento global, que já está afetando milhões de vidas ao redor do mundo. Em um momento em que a temperatura global já está se aproximando do limite de 1,5°C em comparação com os níveis pré-industriais, a inação pode ter consequências devastadoras, como a perda da biodiversidade e eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes.

Dados recentes revelam que em 2023 e 2024 a média global já superou brevemente o simbólico limite de 1,5°C, evidenciando uma acelerada tendência de aquecimento que não pode ser ignorada. O aquecimento, especialmente nos oceanos, está provocando um aumento em eventos climáticos extremos, como secas e inundações. Ignorar esta realidade em Baku foi um erro grave, pois já estamos vivenciando as consequências de uma terra aquecida.

A COP30 terá como foco não apenas um aumento significativo no financiamento para resistência às mudanças climáticas, mas também a necessidade de propostas mais ambiciosas para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Há um consenso crescente de que a meta de emissões líquidas zero deve ser antecipada para 2040, não 2050. Adicionalmente, a restauração de biomas através de iniciativas baseadas na natureza tornará-se uma prioridade absoluta se quisermos mitigar os impactos climáticos e garantir a preservação da biodiversidade.

O presidente Lula, durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, já colocou como desafio a meta de zerar as emissões líquidas até 2040 ou, no máximo, 2045. Este movimento pode colocar o Brasil como o primeiro grande emissor a alcançar tal feito, especialmente considerando que mais de 70% das nossas emissões provêm de desmatamento e agropecuária.

Investir em políticas que visem o fim do desmatamento em todos os biomas brasileiros até 2030 pode resultar em uma redução de até 50% nas emissões, um passo vital em nossa luta contra as mudanças climáticas. Com enchentes e incêndios florestais atingindo novas marcas em 2023 e 2024, as ações precisam ser rápidas. A hora de agir é agora, e a COP30 pode ser a última grande chance de reverter o curso das mudanças climáticas e garantir um futuro mais sustentável para todos.