A COP30, prevista para acontecer em Belém no próximo ano, tem a ambição de ser a mais desafiadora e fundamental conferência climática já realizada. Após uma COP29 apelidada de "COP financeira", onde os países discutiram a necessidade de uma Nova Meta Quantificada Global de Finanças (NCQG), é essencial que a próxima reunião não apenas mantenha o ímpeto, mas também avance significativamente em termos de compromissos e ações.

Durante a COP29, a proposta foi aumentar os financiamentos para US$ 1,3 trilhão por ano, o que é essencial para que países em desenvolvimento possam investir em adaptação, mitigação e transformação energética. Infelizmente, os países desenvolvidos se comprometeram com apenas US$ 300 bilhões anuais, um valor que claramente não é suficiente para enfrentar as crescentes ameaças da emergência climática.

O mundo já está sentindo os impactos do aquecimento global. Nos últimos 16 meses, a temperatura média global já superou o desconfortável limite de 1,5°C em alguns períodos. Os oceanos, em particular, têm aquecido de forma alarmante, acelerando eventos climáticos extremos como ondas de calor, secas e elevação do nível do mar. Isso requer ações mais urgentes do que nunca!

As discussões em torno da COP30 devem ser baseadas nos compromissos do Acordo de Paris, que visa reduzir em 43% as emissões globais de gases de efeito estufa até 2030 e alcançar a meta de emissões líquidas zero até 2050. Contudo, se a temperatura média global continuar a aumentar, as consequências podem ser catastróficas, incluindo a extinção de várias espécies e o colapso de ecossistemas vitais.

Diante disso, a COP30 tem uma missão crucial: criar um ambiente propício para o fortalecimento do financiamento climático e para a assinatura de metas ainda mais ambiciosas. Uma delas pode ser a antecipação da meta de emissões líquidas zero para 2040. A remoção ativa de gás carbônico da atmosfera, por meio da restauração de biomas e soluções baseadas na natureza, será essencial para reverter os danos causados até agora.

O Brasil se destaca neste cenário, já que mais de 70% das suas emissões vêm do desmatamento e da agropecuária. O presidente Lula já expressou que o país tem condições de zerar suas emissões até 2040 ou, no máximo, até 2045. Medidas como o combate ao desmatamento e políticas que visam zerar o desmatamento em todos os biomas brasileiros até 2030 podem reduzir as emissões em até 50%.

O desafio, entretanto, é enorme, especialmente no que diz respeito a combater os incêndios florestais que atingiram níveis alarmantes nos últimos anos. A COP30 será a oportunidade perfeita para que o Brasil demonstre seu comprometimento e liderança no combate às mudanças climáticas. O futuro do nosso planeta depende das decisões que serão tomadas em Belém. Não perca a chance de fazer parte dessa história!