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Coreia do Sul: Parlamento aprova impeachment de presidente após lei marcial polêmica

2024-12-14

Autor: Carolina

A tensão política na Coreia do Sul atingiu um novo patamar com a recente aprovação do impeachment do presidente Yoon Suk Yeol pelo Parlamento, em uma votação que aconteceu no último sábado, 14 de dezembro de 2024.

A decisão vem apenas algumas semanas após Yoon ter decretado, e depois revogado, uma lei marcial no país, uma medida que gerou protestos em massa e alarmou cidadãos e legisladores. Com 204 dos 300 deputados respaldando o impeachment, agora Yoon está temporariamente afastado de suas funções, permitindo que o primeiro-ministro Han Duck-soo assuma a presidência interina.

Enquanto membros do Partido Democrata, da oposição, celebravam a decisão, os aliados de Yoon deixaram o recinto em silêncio. Do lado de fora do Parlamento, a situação era semelhante, com manifestantes vibrando e demonstrando sua satisfação com a medida.

Contudo, essa aprovação na Assembleia Nacional não é o fim da linha para Yoon. O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul terá um prazo de até seis meses para deliberar sobre a validade do impeachment e a permanência do presidente no cargo. Para que Yoon seja formalmente destituído, pelo menos seis dos nove juízes precisa apoiar essa decisão. Se o impeachment for confirmado, uma nova eleição presidencial deverá ser convocada em até 60 dias.

Este cenário se desenvolve no contexto da maior crise política na Coreia do Sul em várias décadas, impulsionada pelas ações explosivas de Yoon, que incluíram a tentativa de impor a lei marcial diante de protestos em todo o país. Menos de 24 horas após o decreto, a pressão pública e a resistência política levaram à sua reversão, ao mesmo tempo em que os opositores começaram a coletar assinaturas para o pedido de impeachment, culminando em sua aprovação.

Após a votação, Yoon fez uma declaração repleta de determinação, prometendo continuar a lutar pelo que considera ser um futuro melhor para o país, apesar da atual adversidade e das críticas que recebeu. Ele enfatizou que não desistirá de seus objetivos e de seu compromisso com a nação até o fim de seu mandato.

Agora, a grande questão permanece: qual será o futuro político da Coreia do Sul? Especialistas alertam que a crise ainda está longe de ser resolvida. O cientista político da Universidade Ewha, Leif-Eric Easley, comentou que o impeachment pode não representar um fim adequado para as tensões que o país enfrenta. O líder do Partido Democrata, Lee Jae Myung, está posicionado como um possível candidato em uma nova eleição, caso Yoon seja destituído, mas também enfrenta seus próprios desafios legais e questões judiciais.

Com a Corte Constitucional se reunindo na próxima segunda-feira, as próximas semanas serão cruciais para a definição do futuro político do país e a estabilidade da democracia sul-coreana.