
Corte de Corações: Johns Hopkins Anuncia Demissão de Mais de 2.000 Funcionários!
2025-03-13
Autor: Carolina
A renomada Universidade Johns Hopkins, um dos ícones da pesquisa científica nos Estados Unidos, revelou nesta quinta-feira (13) que demitirá mais de 2.000 funcionários tanto em solo americano quanto em suas operações internacionais, desencadeadas pelos cortes promovidos pela administração de Donald Trump, especialmente nos programas de ajuda global.
Essas demissões marcam um triste marco na história da instituição, afetando 247 trabalhadores em Baltimore e no centro afiliado, enquanto cerca de 1.975 demissões ocorrerão em 44 países ao redor do mundo. Os departamentos mais impactados incluem a Escola Bloomberg de Saúde Pública, a escola de medicina e a Jhpiego, uma organização sem fins lucrativos ligada à universidade, que desenvolve programas vitais de saúde em nações de baixa renda.
Quase 50% da receita total da Johns Hopkins no ano passado veio de projetos financiados pelo governo federal, com US$ 800 milhões atribuídos à USAID, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que, com os cortes, enfrenta desmantelamento.
Johns Hopkins é, sem dúvida, uma das universidades mais afetadas pelos cortes drásticos que a administração Trump tem imposto, especialmente ao seu financiamento de pesquisa e funcionamento de laboratórios. A universidade expressou em um comunicado que este é um "dia difícil" e que se orgulha imensamente de seus projetos que buscavam "cuidar de mães e bebês, combater doenças transmissíveis, fornecer água potável limpa e desenvolver inúmeros esforços para salvar vidas ao redor do mundo."
"Estamos mais do que nunca conectados ao compromisso entre nosso setor e o governo federal", afirmou Ron Daniels, presidente da instituição. Vale ressaltar que, em 2023, a receita operacional da escola foi de US$ 3,8 bilhões, com cerca de US$ 800 milhões oriundos da USAID, valores esses que estão se esvaindo diante da atual política do governo.
Os cortes na USAID representam uma redução impressionante de 90% nas operações da agência, que é vista como responsável pelo apoio à saúde pública e segurança alimentar em países carentes. Trump justificou essas ações alegando que a agência estava repleta de "fraudes enormes" e era administrada por "lunáticos de extrema esquerda."
Contudo, especialistas em saúde, como o epidemiologista Sunil Solomon, afirmam que esses cortes podem acarretar um aumento alarmante na propagação de doenças como o HIV. "As grandes nações têm a responsabilidade de ajudar as outras", enfatiza.
Além dos cortes na USAID, a administração também está mirando nos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), o que poderia resultar na diminuição de mais de US$ 100 milhões em financiamento para a Johns Hopkins, um golpe devastador em sua capacidade de realizar pesquisas vitais. Atualmente, a universidade conduz 600 ensaios clínicos e se articula juridicamente para contestar os cortes.
Johns Hopkins não é a única instituição em risco; a Universidade Columbia também enfrentou cortes de US$ 400 milhões pela mesma razão, e ambas fazem parte de uma lista de universidades que estão sendo monitoradas por uma força-tarefa executiva relacionada ao antissemitismo, sob a ameaça de financiamento reduzido.
Além disso, a universidade anunciou que outros 78 trabalhadores nos EUA e 29 em outros países seriam colocados em licença com horários reduzidos, aumentando ainda mais o impacto das restrições financeiras.
Os programas afetados pela redução do orçamento da USAID incluem pesquisas cruciais sobre tuberculose, AIDS e câncer cervical, além de iniciativas que beneficiam diretamente a população local de Baltimore.
Solomon, que lidera um programa de US$ 50 milhões na Índia, estima que os cortes levarão à demissão de cerca de 600 funcionários. Ele adverte que, embora os efeitos não sejam imediatos, em seis meses os impactos serão visíveis em todo o mundo, comprometendo a luta contra doenças infecciosas.
As consequências dessa onda de demissões e cortes financeiros são alarmantes e podem significar um retorno ao isolamento em questões de saúde pública. O departamento liderado por Judd Walson, que gerenciava um programa de US$ 200 milhões para controle da tuberculose em 20 países, já nos lembra: "A retirada de apoio está tendo um impacto real na sobrevivência das pessoas."
O número crescente de demissões no ambiente acadêmico deixa claro que, se a tendência continuar, teremos resultados devastadores na luta global contra doenças transmissíveis. Uma organização chamada Usaid StopWork já detectou que cerca de 14 mil trabalhadores perderam seus empregos apenas nos EUA até agora, e o número pode aumentar drasticamente.