Negócios

Crise em Wall Street: Ações asiáticas despencam após tarifas de Trump

2025-04-07

Autor: João

As ações asiáticas começaram a semana em queda acentuada na abertura desta segunda-feira (7), como reflexo do colapso no mercado de Wall Street na última sexta-feira (4). O cenário foi desencadeado pela reação da China a novas tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump.

O índice CSI300, principal indicador das ações de grandes empresas da China, desabou mais de 5%, levando a perdas generalizadas em diversos setores. O yuan chinês atingiu seu menor valor desde janeiro, mostrando um clima de incerteza. No lado oposto, os títulos públicos se valorizaram, refletindo uma busca por segurança entre os investidores.

No Japão, o índice Nikkei 225 caiu quase 8% logo na abertura, estabilizando-se cerca de uma hora depois em uma queda de 7,1%, atingindo 31.375,71 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng despencou mais de 10%, o que, se mantido, representará a maior queda diária desde a crise financeira global de 2008.

As ações de grandes bancos também foram severamente afetadas; no caso do HSBC e do Standard Chartered, ambas listadas em Hong Kong, houve uma queda de 15%. Já na Coreia do Sul, o índice Kospi viu uma redução de 5,5%, enquanto a Austrália também não escapou do impacto, com o índice S&P/ASX 200 caindo 6,3%.

Nos mercados futuros dos Estados Unidos, a fraqueza também era evidente, com o futuro do S&P 500 caindo 4,2% e o Dow Jones 3,5%, enquanto o Nasdaq recuou 5,3%. A situação do petróleo não era diferente - os preços desabaram, com o petróleo bruto americano perdendo 4%, ou US$ 2,50, fechando a US$ 59,49 por barril, enquanto o Brent recuou para US$ 63,33.

O impacto das tarifas está fazendo com que o dóláre americano caia para 145,98 ienes e o euro avance para US$ 1,0967. A pressão sobre as moedas é um reflexo da instabilidade no mercado.

Na sexta-feira, Wall Street enfrentou uma das suas piores crises desde o início da pandemia de COVID-19. O S&P 500 caiu 6%, o Dow 5,5% e o Nasdaq 5,8%. A queda das ações de empresas com significativa presença na China foram notáveis - a DuPont, por exemplo, viu suas ações caírem 12,7% após a China anunciar uma investigação antitruste contra sua subsidiária.

As perdas não foram amenizadas mesmo após um relatório positivo sobre o mercado de trabalho dos EUA; isto demonstra a magnitude das preocupações em torno de uma possível guerra comercial. Até agora, a disputa comercial entre EUA e China resultou em perdas generalizadas, com 486 das 500 empresas do S&P 500 vendo suas ações despencarem.

A resposta da China às tarifas americanas confirmou a escalada do conflito: o ministério do Comércio chinês anunciou que implementaria tarifas de 34% sobre produtos dos EUA, uma retaliação direta às tarifas elevadas impostas por Washington.

Enquanto isso, Trump, que se mostrava despreocupado, afirmava de seu clube de golfe em Mar-a-Lago que as tarifas estavam "trazendo dezenas de bilhões de dólares" para os EUA e que eram a única solução para curar os déficits financeiros.

Os investidores, no entanto, permanecem cautelosos sobre o futuro econômico, especialmente com as tensões comerciais ascendentes e a resposta direta da China às medidas tarifárias. A incerteza continua a pairar sobre os mercados, e muitos se perguntam até onde isso irá afetar a economia global.