Crise Energética Agrava Tensão entre Ucrânia e Eslováquia: Zelensky Alertas, Enquanto Rússia Planeja Cortes na Moldávia
2024-12-28
Autor: Ana
A disputa entre a Ucrânia e a Eslováquia esquenta com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusando o governo eslovaco de ameaçar interromper o fornecimento de energia ao país. A Eslováquia, um importante corredor de gás natural russo para a Europa, encontra-se no centro de uma crise energética em meio a tensões geopolíticas crescentes.
Zelensky alertou em uma postagem na rede social X que "Parece que Putin deu a Fico a ordem para abrir uma segunda frente energética contra a Ucrânia à custa do povo eslovaco". O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que se reuniu recentemente com Vladimir Putin em Moscou, expressou que, se a Ucrânia interromper o trânsito de gás a partir de 1º de janeiro, a Eslováquia considerará medidas de retaliação, incluindo cortes no fornecimento emergencial de eletricidade para a Ucrânia.
Desde 2022, a Ucrânia tem enfrentado graves dificuldades energéticas, tendo que importar eletricidade de seus vizinhos após uma onda de ataques russos que danificaram sua infraestrutura elétrica. A Rússia já havia cortado o fornecimento de gás à Ucrânia em 2014, acirrando ainda mais a rivalidade entre os países.
Com o inverno se aproximando, a situação torna-se cada vez mais crítica. Se o acordo de trânsito de gás assinado antes da invasão não for renovado, a UE enfrenta o espectro de um corte total no fornecimento de gás russo que passa pela Ucrânia para países como Eslováquia, Áustria, Hungria e Itália.
Além disso, a Rússia anunciou a interrupção do fornecimento de gás para a Moldávia a partir de 1º de janeiro, agravando ainda mais a crise energética na região. O governo moldavo denuncia que a Rússia está usando o gás como uma arma política, uma tática já familiar no cenário geopolítico atual.
A Eslováquia argumenta que precisa manter o fornecimento de gás russo, sustentando que rotas alternativas aumentariam exponencialmente os custos e resultariam em prejuízos de 500 milhões de euros. Zelensky, por sua vez, ressaltou que a Eslováquia representa atualmente 19% das importações de eletricidade da Ucrânia e que Kiev está colaborando estreitamente com outros vizinhos da UE para assegurar o abastecimento, alertando que cortar o fornecimento de energia para a Ucrânia poderia resultar em perdas significativas para a Eslováquia.
Fico, que tem criticado a postura da União Europeia em relação à ajuda militar à Ucrânia desde que assumiu o cargo, pode encontrar nesta situação uma oportunidade para reforçar sua agenda política interna, embora as consequências para o seu país possam ser desastrosas.
Os impactos da crise energética não se restringem apenas a Ucrânia e Eslováquia. A Moldávia enfrenta um cenário ainda mais sombrio, onde a interrupção do gás pode levar a apagões prolongados. Com sua população de 2,5 milhões de pessoas, o país já se prepara para um cenário de emergência energéticas.
O desfecho dessa situação pode não apenas reconfigurar as relações de energia na região, mas também impactar a segurança e a economia dos países envolvidos e seus cidadãos, levantando questões sobre a dependência da energia russa no contexto da atual crise geopolítica.