Crise na Saúde em Lauro de Freitas: Postos Fechados e Funcionários Sem Salário!
2024-11-20
Autor: Maria
Crise na Saúde em Lauro de Freitas: Postos Fechados e Funcionários Sem Salário!
A situação da saúde pública em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, está crítica. Nos últimos dias, pelo menos duas Unidades de Saúde da Família (USFs) e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) fecharam suas portas, aumentando a preocupação da população. Esta situação ocorre em meio a relatos de servidores públicos que denunciam atrasos e descontos de salários, além da grave falta de insumos.
A UPA de Itinga, a única disponível 24 horas na cidade, enfrenta uma série de problemas. Um médico que preferiu não se identificar informou que houve uma onda de demissões que afetou enfermeiros, médicos e até a equipe de limpeza e segurança. "A Guarda Municipal é quem está fazendo a segurança agora devido à falta de profissionais", comentou o médico, apontando que os cortes de pessoal se intensificaram após as eleições de outubro.
Um levantamento do CORREIO revelou que, somente nas funções relacionadas a cargos de comissão da prefeitura, foram registradas 1.666 demissões e uma lista oficial foi divulgada no Diário Oficial do Município no dia 14 de novembro. Além disso, os funcionários afirmam que receberam cortes de até 70% nos salários e que alguns não foram pagos por meses. A situação do médico que entrou em contato com a reportagem é emblemática: apenas seis de seus dez plantões realizados em outubro foram remunerados.
"Esses cortes salariais são sem critério. Tem pessoas que trabalharam e receberam uma fração do que deveriam. São cortes aleatórios, sem nenhuma explicação", lamentou.
A falta de insumos na UPA é alarmante, com materiais essenciais como suturas, medicamentos e serviços de radiografia e laboratório em falta, obrigando o fechamento do local. Além disso, outras USFs, como a Irmã Dulce em Portão e a Manoel José Pereira no Capelão, também foram forçadas a fechar recentemente.
A precarização dos serviços não é um problema recente, mas se agravou após o pleito eleitoral. Uma médica plantonista da UPA revelou que não recebe por seus plantões desde agosto. A profissional, que pediu anonimato, afirmou já ter entrado em contato com o RH e com o gabinete do secretário de Saúde, mas sem sucesso. "Estou praticamente pagando para trabalhar, já que tenho despesas com transporte e alimentação que não estão sendo cobertas", desabafou, mencionando uma perda salarial de cerca de R$20 mil e a difícil situação financeira.
A prefeitura de Lauro de Freitas afirmou, através de assessoria, que os serviços essenciais estão sendo mantidos e que os pagamentos aos servidores estão sendo realizados de maneira gradativa. No entanto, a realidade vivida por muitos trabalhadores da saúde é de incertezas e indignação, refletindo uma crise que vai muito além das paredes das unidades de saúde. A população clama por melhorias e por uma solução imediata para esta grave situação.