Introdução

A recente entrega de cargos de diretores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sinaliza que a crise interna do órgão se agrava, conforme declarou a Assibge, sindicato que representa os servidores do instituto. A declaração foi feita na última terça-feira (7), após a presidência do IBGE anunciar mudanças na Diretoria de Pesquisas (DPE), crucial na produção e sistematização de dados estatísticos.

Mudanças na Diretoria

No cenário da crise, Elizabeth Hypolito deixará sua posição como diretora da DPE e será substituída por Gustavo Junger da Silva, que já é técnico do IBGE. Além disso, João Hallak Neto também se afastará do cargo de diretor-adjunto na DPE, sendo substituído por Vladimir Gonçalves Miranda.

Motivos das Mudanças

Os motivos por trás dessas mudanças não foram detalhados pelo IBGE, mas fontes internas sugerem que divergências com a atual gestão liderada pelo economista Márcio Pochmann, que assumiu o cargo em agosto de 2023, têm impactado a estrutura organizacional do órgão. Informações obtidas pela Folha indicam que a decisão de saída de Elizabeth e João partiu dos próprios servidores, que, até o momento, não se manifestaram publicamente sobre os motivos.

Críticas à Gestão Pochmann

Nos últimos tempos, a gestão Pochmann enfrentou críticas intensas, principalmente relacionadas a uma nova fundação pública de direito privado, chamada IBGE+. A criação dessa fundação gerou polêmica, sendo apelidada de "IBGE paralelo" por críticos que argumentam que o movimento compromete a integridade do instituto. Pochmann defendeu a iniciativa como um "instrumento inovador" e afirmou que as críticas são naturais em processos de inovação.

Mudança de Local das Diretorias

Além da controvérsia em torno da IBGE+, outra medida que tem deixado os servidores insatisfeitos é a mudança das diretorias de Pesquisas, Geociências e Informática para um local de difícil acesso no Rio de Janeiro, sem consulta prévia aos funcionários. Essa transferência envolve mudar do prédio alugado na avenida Chile para um imóvel do Serpro no Horto, zona sul do Rio. A justificativa da presidência é a economia de custos com aluguel, embora a mudança tenha gerado descontentamento entre os servidores.

Exigências da Assibge

A Assibge também destacou que a situação se agravou devido a outras decisões consideradas arbitrárias pela presidência, exigindo um diálogo mais aberto com os funcionários e a suspensão de medidas que não têm o suporte da equipe. Os novos diretores, Gustavo Junger e Vladimir Miranda, já estão em seus postos, mas a tensão continua a pairar sobre o IBGE, enquanto a comunidade busca formas de mitigar a crise atual.

Conclusão

"A entrega dos cargos de diretor e diretor-adjunto de pesquisa mostra o agravamento da crise no IBGE", destacou a Assibge em sua nota. A entidade ainda reforçou a necessidade de uma consulta real aos servidores para lidar com os problemas enfrentados pelo órgão e retomar a confiança na gestão.

Por fim, a situação no IBGE é crítica, com servidores clamando por mais diálogo e transparência em um momento em que as decisões administrativas têm gerado descontentamento e insegurança. A questão agora é: até onde essa crise ainda pode se aprofundar?