O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), revelou que o Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF) enfrenta uma grave crise devido à falta de insumos e medicamentos. Durante uma coletiva de imprensa, ele confirmou que houve atraso no repasse de verbas do Governo do Estado, resultando na liberação recente de R$ 19 milhões que devem ser direcionados ao IJF e à Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza.

Sarto afirmou que a situação do IJF, um dos maiores hospitais municipais, requer uma "repactuação" entre as esferas federal, estadual e municipal para assegurar um atendimento de qualidade à população. O prefeito enfatizou que a Prefeitura de Fortaleza tem sido a principal responsável pela manutenção do hospital, com praticamente todos os recursos do IPTU destinado ao custeio do IJF.

"O Hospital precisa ser estadualizado ou federalizado, já que a missão do município é a atenção básica, e estamos fazendo isso muito bem", destacou Sarto. Ele também observou que a maioria dos pacientes atendidos no IJF vem do interior do Ceará e de outros estados, reforçando a importância do hospital como referência regional.

Sobre o plano de ação elaborado pela Prefeitura, que foi rejeitado pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) por falta de eficácia, Sarto informou que a comunicação com o órgão está fluindo e que os documentos necessários já foram enviados.

O relatório do MPCE, que foi negado, indicou que as soluções propostas pela gestão municipal eram inadequadas para a atual crise do hospital, como a transferência de insumos entre hospitais e a busca de parcerias com universidades para fornecimento de medicamentos.

Apesar dos desafios financeiros, Sarto garantiu que a Prefeitura tem investido recursos significativos no IJF e, mesmo em tempos de contenção, fez questão de afirmar que os servidores estão recebendo seus salários em dia, incluindo o pagamento do décimo terceiro.

Com o gasto anual do IJF superando R$ 800 milhões, sendo que 70% desta quantia é custeada pelo tesouro municipal, o prefeito alertou: "Se não houver uma repactuação, o IJF vai pedir socorro como já fez tantas outras vezes". A crise do IJF levanta questões cruciais sobre a gestão e financiamento da saúde pública em Fortaleza e no Ceará.