Mundo

Crise Política na Coreia do Sul: Presidente Yoon Enfrenta Impeachment e Perde Apoio do Seu Próprio Partido

2024-12-06

Autor: Mariana

O atual presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, está enfrentando uma crise sem precedentes que pode resultar em seu impeachment. Na manhã deste sábado, o líder do Partido do Poder Popular (PPP), Han Dong-hoon, desferiu um golpe devastador ao retirar o apoio a Yoon horas antes da votação para a destituição na Assembleia Nacional. O voto será realizado às 5h (horário de Brasília), o que corresponde à tarde de sábado na Coreia do Sul.

Esta mudança abrupta ocorre em meio a rumores de que Yoon tentaria instaurar uma nova lei marcial para se manter no poder, reacendendo o alerta entre os partidos sul-coreanos. Han declarou que, na visão do PPP, Yoon falhou em lidar com as intervenções ilegais das Forças Armadas e não reconheceu que sua recente declaração de lei marcial foi um erro.

"Se Yoon continuar como presidente, corremos sérios riscos de ver ações extremas voltarem a ocorrer, colocando a República da Coreia e seus cidadãos em grave perigo", advertiu Han.

Além disso, o partido governista convocou uma reunião de emergência, na qual Yoon não esteve presente. Durante este encontro, Han revelou que existem "indícios confiáveis" de que o presidente teria ordenado a prisão de importantes políticos enquanto a lei marcial estava em vigor.

Em um movimento que chocou o país, o Ministério da Defesa suspendeu três oficiais de alto escalão do Exército, envolvidos na implementação da temporária lei marcial. Estes incluem o comandante militar de Seul e outros líderes de unidades especiais.

Denúncias adicionais vieram à tona, como a tentativa dos soldados de deter figuras da oposição, incluindo Lee Jae-myung e Woo Won-shik. Em resposta, Yoon cancelou a ordem de ação civil e enviou tropas ao Parlamento, mas retirou os militares após a forte reação pública e internacional, fazendo um recuo em um discurso à madrugada.

A oposição, que já possui 192 dos 300 deputados na Assembleia, apresentou uma moção de impeachment contra Yoon, acusando-o de violar a Constituição e as leis do país. Essa moção será discutida amanhã, com altas expectativas de aprovação, especialmente após o movimento dos membros do PPP.

A situação é tão intensa que uma pesquisa do instituto Realmeter revela que 73,6% da população apoiam a destituição do presidente, enquanto seu índice de aprovação caiu a um alarmante 13%.

Investigações estão em andamento com uma equipe de 120 policiais focada em alegações de insurreição contra Yoon e outros oficiais. Se evidências corroborarem os preparativos para uma segunda lei marcial, a oposição promete agir. O ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, que renunciou, também foi implicado e está proibido de deixar o país.

Esta é a primeira vez em mais de 40 anos que a Coreia do Sul lida com um clima tão tenso e preocupante, trazendo à memória os horrores da ditadura que perdurou até 1987. Yoon justificou sua recente medidas alegando a necessidade de proteger o país das ameaças norte-coreanas e elementos considerados antiestatais. Entretanto, suas ações estão levando o país a um ponto de ruptura política, que pode ter consequências duradouras na sociedade sul-coreana.