O estado de São Paulo está enfrentando um crescimento alarmante nos casos de resfriados causados por enterovírus e rinovírus. Entre junho e agosto de 2024, o número de casos disparou em comparação ao mesmo período do ano passado, alertando as autoridades de saúde. A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo revelou que em junho de 2024 foram registrados 243 casos de enterovírus, um salto significativo em relação aos apenas 31 casos em junho de 2023.

Os dados para os meses seguintes também são preocupantes: em julho e agosto de 2024, foram 37 e 137 casos, respectivamente, em comparação aos 31 casos em julho e 110 em agosto do ano anterior. O Hospital Sírio-Libanês também relatou um aumento considerável nos registros de infecções por esses vírus. Em junho deste ano, o hospital tratou 405 casos de enterovírus, um recorde quando comparado aos 84 casos em junho de 2023.

As cifras alarmantes continuam: julho e agosto de 2024 deram entrada a 188 e 275 casos, respectivamente, enquanto em 2023 os números eram bem menores, com 64 casos em julho e apenas 58 em agosto. Maura Salaroli de Oliveira, infectologista do Hospital Sírio-Libanês, sugere que a alta no número de casos pode estar ligada a uma maior demanda por testes e diagnósticos relacionados aos enterovírus e rinovírus.

Ralcyon Teixeira, também infectologista do sírio, explica as diversas doenças que os enterovírus podem causar, incluindo resfriados, quadros de diarreia, meningite viral, febre com erupção cutânea, encefalite e miocardite. Ele observa que os registros no hospital consistem principalmente em pacientes com sintomas respiratórios, através de um exame realizado no nariz, não contemplando outras patologias.

Por outro lado, os rinovírus são conhecidos como os principais responsáveis pelos resfriados. Embora os problemas respiratórios causados por ambos os tipos de vírus possam levar, em casos raros, a pneumonia, especialistas afirmam que isso é menos comum do que as infecções causadas pelo vírus da Influenza e Covid-19.

Tanto os enterovírus quanto os rinovírus são transmitidos por gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar, semelhante ao que acontece com o vírus da Covid-19. Durante períodos de temperaturas mais frias, a propensão à transmissão aumenta, já que as pessoas tendem a se reunir em ambientes fechados. Os grupos mais vulneráveis a essas infecções incluem idosos, crianças e indivíduos com outras condições de saúde.

Infelizmente, não existem vacinas disponíveis para evitar resfriados provocados por enterovírus e rinovírus. Ralcyon Teixeira destaca que, mesmo pessoas tomando a vacina contra a gripe, que é eficaz apenas para a Influenza, não devem esperar que ela ofereça proteção contra todos os tipos de resfriados. "Muitos vírus respiratórios estão circulando e alguns deles não têm vacinas disponíveis", enfatiza Teixeira. A confusão gerada pela circulação de diferentes vírus respiratórios pode levar indivíduos com sintomas, como febre e tosse, a ficarem incertos sobre qual doença os aflige.

Diante desse cenário, é essencial que a população esteja atenta aos sintomas e busque orientação médica ao apresentar sinais de resfriado, preservando não apenas a própria saúde, mas a de todos ao seu redor.